Polícia do Amazonas investiga crimes contra taxistas
A Polícia Civil do Amazonas registrou no ano de 2012, sete homicídios contra taxistas na cidade de Manaus. Dos sete, quatro acusados já foram identificados e confirmados como autores ou mandantes dos crimes, dois já possuem suspeitos e Polícia aguarda os resultados da perícia para entrare com o pedido de prisão dos mesmos. As investigações continuam, principalmente, no caso do taxista Leno Moreno, onde a autoria do crime é desconhecida.
No dia 12 de julho o taxista Vivaldo Carvalho da Silva, 38, foi morto com um tiro na testa durante um assalto na Avenida Autaz Mirim, bairro Tancredo Neves, zona Leste, dentro do próprio táxi, um Polo, de placa JXV-7666.
As equipes da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD) já sabem quem são os dois autores do crime.
Segundo o Delegado Antônio Rondon, que faz parte da equipe da Delegacia de Homicídios, os dois homens identificados já possuem passagem pela polícia por roubo e tráfico de drogas e os mesmos não se encontravam em suas residências, sinalizando que se encontram foragidos.
“A polícia está aguardando o resultado da perícia técnica solicitada dos materiais encontrados nas diligências investigativas e tão logo estivermos com estes resultados, ingressaremos com o pedido de prisão dos mesmos”, finalizou.
A autoria do crime foi possível através dos indícios e provas colhidas durante a primeira ação. A preservação do local logo após o crime, levou a identificação dos suspeitos. Existem claras características de latrocínio.
De acordo com o Delegado Geral, Josué Rocha, a linha de investigação é importante para solução dos crimes.
“Diante das informações que chegam da população, da comunidade ou dos próprios taxistas, estas são alvos da investigação e a partir daí que nós vamos observar cada caso, com cautela e traçar a linha de investigação. Cada caso é um caso, portanto, você pode ter uma linha direcionada a crimes de acertos de contas, vingança, roubo. A partir dos primeiros levantamentos é que se define a linha de investigação a seguir”, reforçou Rocha.
O primeiro dos casos, aconteceu no dia 16 de janeiro por volta das 15h na rua e beco São José, bairro Compensa 3, zona Oeste de Manaus. O taxista Rinaldo de Souza Pinto foi baleado na cabeça por dois homens que invadiram a casa de Meire, amiga da vítima, efetuando o disparo. A vítima chegou a ser encaminhada ao Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, aonde veio a falecer.
A mandante do crime é Bruna Almeida de Araújo, que teria um envolvimento conjugal com o taxista e não aceitava o fim do relacionamento. Bruna mandou dois autores até a casa onde a vítima se encontrava e segundo testemunhas, ela teria entregado a arma utilizada no crime a um deles. Para a polícia não há dúvidas sobre a participação da mulher no homicídio por motivo passional. O caso já foi encaminhado à justiça e a Polícia Civil aguardada o mandado de prisão da acusada.
A preservação do local do crime é outro ponto destacado pelos investigadores da Polícia Civil e pelo Delegado Geral, “Quando você preserva o local, você preserva os indícios do crime e se esses sinais forem violados nós perdemos grande parte das provas contra o infrator e a possibilidade de se chegar ao autor. É fundamental a preservação da cena do crime. Conclamamos a população, porque sem a preservação do local teremos mais dificuldade em identificar o autor do crime”, disse Josué Rocha.
No dia 28 de janeiro foi à vez do taxista Valdemar Pantoja da Silva, encontrado com um tiro na nuca dentro do veículo no bairro Cidade de Deus, zona Norte de Manaus. A vítima foi encaminhada ao Hospital João Lúcio, mas não resistiu ao ferimento. Segundo a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), já existem fortes indícios da participação de dois suspeitos no crime, por enquanto, estão aguardando as medidas cautelares solicitadas que comprovem a autoria dos mesmos.
O corpo do taxista Moisés Rosário de Oliveira, 44, foi encontrado no dia 11 de abril dentro do carro, um pálio weekend de placa JXV- 0546 na Rua do Conjunto Ajuricaba, bairro da Paz, zona Centro-Oeste. O crime foi cometido por um adolescente e o caso foi encaminhado a Delegacia Especializada de Atos Infracionais (DEAAI).
A quarta vítima foi o taxista Leno José Moreno da Silva, 42, no dia 12 de maio ele foi encontrado morto em uma construção no conjunto Cidadão 10, Parque Riachuelo, bairro Tarumã, zona Oeste, após estar desaparecido há dois dias. Segundo as investigações o modo de execução foi por arma branca e o crime de latrocínio, roubo seguido de morte. O caso foi encaminhado a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos e Defraudações (DERFD) e continua em investigação policial. Por enquanto, nenhum suspeito foi identificado pela polícia.
O Delegado Geral Josué Rocha falou dos cuidados que os taxistas devem ter para evitar a incidência de crimes contra a categoria. Ele ressaltou a importância das atitudes a seguir quando se identifica que pode ser vítima de um crime, não reagir é o principal deles, além de sinalizar de alguma forma que algo está errado ou que está em apuros, quando passar por policiais. Conversar normalmente com o meliante também pode ser uma boa opção e não se esquecer de entregar todo o dinheiro que se tem. “O taxista experiente já tem mais ou menos a ideia quando uma pessoa parece que não é um simples passageiro, que possa ser um criminoso, então a prática do dia-a-dia, a experiência e estes cuidados”, destacou.
Com três facadas o taxista Francisco César de Oliveira Pereira, 39, foi encontrado na rua Doutor Aristides Rocha, bairro Ouro Verde, zona Leste. O homicídio é fruto de um latrocínio, o carro da vítima, um pálio weekend de placa JXA-7326 foi roubado e Francisco foi jogado na rua ferido. A vítima foi encaminhada ao Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, aonde veio a falecer. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DEFV) e um acusado já está confirmado como autor do crime.
Segundo as investigações realizadas pelos policiais civis, os homicídios registrados desde o começo deste ano não possuem relação entre si e são casos isolados de latrocínio e crime passional, como na ocorrência envolvendo o taxista Rinaldo de Souza Brito.
Há cerca de um mês a Polícia Civil através do Instituto de Criminalística vem realizando os testes de balística em materiais que possam servir para a fabricação das cabines blindadas nos táxis. “É importante dizer que já foram testados alguns protótipos pelo Instituto de Criminalística e esses testes foram feito com rigor e foram aprovados. Resta agora que às associações e a categoria em geral procurem as empresas em geral para adquirirem estes produtos”, finalizou o Delegado Geral.

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