Tradição de Finados celebrada com visitação em massa no Cemitério São João
No Século XIII ficou estabelecido o dia 2 de novembro como Dia de Finados, mas a obrigatoriedade de dedicar um dia para lembrar os mortos, foi determinada no Século XI pelos Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015).
Em Manaus, o Cemitério São João Batista, na Avenida Boulevard Álvaro Maia, bairro de Adrianópolis, que tem sepultamentos desde 1891, já nas primeiras horas da manhã recebia os familiares dos milhares de sepultados em cerca de 19 mil sepulturas, distribuídas em 20 mil metros quadrados de área.
Nas sepulturas, algumas erguidas com projetos arquitetônicos e muita arte, os familiares depositam flores, acendem velas e até aproveitam para reunir e conversar sobre os assuntos do dia, como a eleição presidencial que ainda causava revolta em alguns e alegria em outros.
Durante a manhã, várias pessoas fizeram orações silenciosas, com pedidos de proteção e bênçãos aos que partiram para a eternidade. “Há muitos anos venho cumprir esse ritual que herdei dos meus pais”, justificou o aposentado José Fernando Souza, 72, acompanhado do filho e de um neto.
Ele sempre reza um pai-nosso e acende as velas, tarefa com a qual lutou com dificuldade por conta do vento forte que refrescava a manhã. Estava difícil, mas ele prometeu só sair quando estivessem seguramente acesas.
A comerciária Cíntia Ferreira, 34, levou flores ao túmulo dos pais. Acompanhada de dois filhos, tinha o objetivo de ensiná-los a seguir essa reverência para homenagear os seus antepassados que, como diz a inscrição em latim existente em cada um dos portões de ferro do cemitério, “Laborum Meta”, ou seja, findaram seus trabalhos por aqui.
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