Especialistas alertam que flexibilização é 3ª onda anunciada da covid no AM
Por Portal do Holanda
07/03/2021 7h52 — em Manaus

Manaus/AM - Pesquisadores e especialistas se mostraram extremamente preocupados com a situação de Manaus após o governador Wilson Lima publicar decreto flexibilizando as medidas restritivas de combate à pandemia em todo o Amazonas.
Segundo o grupo composto por infectologistas, matemáticos, imunologistas, biólogos e estatísticos, que previu a segunda onda da pandemia ainda em agosto do ano passado, a decisão do governador é o prenúncio da terceira onda da covid-19 na capital e nos demais municípios.
Eles afirmam que Manaus ainda vive a fase vermelha com alto risco de reinfecção prevendo 75 mil infectados até junho. Em entrevista ao jornal El País, o biólogo Lucas Ferrante afirma que além dos muitos óbitos iminentes, a preocupação ainda é agravada pela possibilidade do surgimento de novas variantes: “Isso é preocupante porque tende a propiciar o surgimento de uma nova variante resistente às vacinas já conquistadas, dentro de seis meses a um ano. Essa situação é gravíssima”, afirma.
Vale lembrar que o interior segue na fase roxa e tem sido afetado diretamente pela nova cepa. Para os especialistas, a flexibilização é totalmente precoce e inconsequente e pode ter resultados catastróficos. Eles temem que Manaus volte a sofrer com a falta de leitos e oxigênio, em um momento em que outros estados não poderiam ajudar como fizeram na segunda onda, porque também estão atravessando a mesma situação.
O grupo defende o lockdonw como a medida mais segura enquanto ao menos 70% da população não for vacinada, eles criticam severamente a postura dos Governos estadual e federal:
“É a melhor estratégia do ponto de vista econômico e epidemiológico. Todas as autoridades no Amazonas já foram avisadas, mas preferem a prática de uma necropolítica. Eles sabem das consequências, mas usam a desculpa de conciliar os interesses da economia, sendo que a própria economia sofre com esse abre e fecha. Estamos prevendo mais dois fechamentos este ano. A gente precisa de um lockdown federal”, diz o biólogo.
Por conta da situação, o epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Amazônia) Jesem Orellana, já apresentou uma denúncia contra as autoridades brasileiras por crime contra a imunidade e disse que levará o caso também às Nações Unidas.
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