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Batalha do Salado reuniu reis inimigos contra muçulmanos

Por Portal Do Holanda

20/07/2021 9h47 — em
Curiosidades


Foto: Divulgação

O avanço dos cristãos na área na Península Ibérica, hoje ocupada por Portugal e Espanha, teve como marco a denominada “Batalha do Salado”, travada a 30 de outubro de 1340, entre cristãos e mouros, na ribeira do Salado, então província de Cádis (sul de Espanha). Mesmo com inferioridade numérica, as tropas cristãs venceram o combate.

Na luta, ocorrido em plena Idade Média, de um lado estavam as forças de Abu al-Hassan Ali, o rei de Marrocos e Fez com Yusuf, emir de Granada, pelos mouros, que eram muçulmanos. Do outro, unidas, as tropas de Afonso XI, rei de Castela, e as do rei de Portugal D. Afonso IV, inimigos entre si, mas adeptos do cristianismo e por isso combateram unidos.

Historiadores avaliam que as forças cristãs só conseguiram obter uma vitória esmagadora sobre os mouros, apesar de em menor número, por conta de uma melhor coordenação do comando e à infiltração de vários contingentes na retaguarda inimiga.

Foi necessário apenas um dia para portugueses e castelhanos derrotar totalmente os exércitos muçulmanos e saquear as tropas. Yusuf e Abu Hasan acabaram se refugiando em Algeciras, sendo que Hasan fugiu depois para Ceuta.

TROPAS CRISTÃS

Historiadores apontam essa batalha como decisiva para o avanço dos reinos cristãos naquele período da história na área da Península Ibérica.

Durante o Século 13, a desagregação do Império Almóada no al-Andaluz foi a oportunidade para a formação de pequenos reinos muçulmanos, chamados taifas, onde houve a expansão de Castela, Portugal e Aragão para sul.

Mas com o surgimento, no Marrocos, de uma nova dinastia de origem berbere, a dinastia merinida, o rei de Granada, pregando a guerra santa contra os cristãos e a retomada da ofensiva na Península Ibérica,  conquistou Gibraltar e destruiu a armada castelhana e aragonesa no Estreito.

A partir desse ponto, o rei decidiu empreender uma ofensiva geral contra os reinos cristãos, levando D. Afonso XI de Castela a pedir socorro a Portugal para conter esta nova ameaça.

Mesmo precavido, D. Afonso IV atendeu ao apelo, enviou uma armada de socorro e dirigiu-se pessoalmente a Sevilha com o seu exército, onde se juntou ao rei castelhano.

Dom Afonso XI de Castela combateu o rei de Marrocos, e Afonso IV de Portugal enfrentou o de Granada. Por determinação de Afonso XI, D. João Manuel partiu para enfrentar as forças castelhanas, onde foram também D. João Nunes de Lara e o novo mestre de Sant'Iago, irmão de Leonor de Gusmão. Com D. Afonso IV viam-se o arcebispo de Braga Gonçalo Pereira, o prior do Crato, o mestre da Ordem de Avis e muitos denotados cavaleiros.

No campo da batalha, que deveria travar-se ao amanhecer do dia seguinte, a cavalaria castelhana atravessou o Salado, sendo confrontada pela cavalaria muçulmana, que, no entanto, não conseguiu deter o ataque.

Em seguida, Afonso XI avançou com suas tropas, enfrentando as fortes organizações dos mouros, vencendo também, mesmo com dificuldades.

A derrota dos exércitos de Granada e do rei merínida foi a última tentativa dos reinos muçulmanos, de impedir a expansão dos cristãos para sul.

A vitória do Salado também motivou D. Afonso XI a enviar uma embaixada ao papa Bento XII com os despojos e o saque obtido no rescaldo da batalha.

Já D. Afonso IV, que ficou conhecido como “Bravo”, marcou a vitória erguendo um pequeno templo, geralmente designado por Padrão de N. Sra. da Vitória, no centro de Guimarães, e que hoje está classificado como monumento nacional. 

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