Sem ambulância disponível, mulher é transportada de maca pela rua

Uma mulher, de 33 anos, foi transportada de maca pela rua neste domingo (22) de um hospital até uma clínica particular, em Niquelândia, no norte de Goiás, devido à falta de ambulância.
A mulher sofreu um acidente de trânsito de teve fraturas na face e também na perna. Ela foi levada para o Hospital Municipal de Niquelândia, mas o aparelho de raio-X da unidade está estragado. Com isso, foi necessário levá-la para outra unidade para realizar os exames.
Na imagem, o marido da paciente aparece empurrando a maca com a ajuda de mais um homem. Ele reclama que não há ambulância disponível para o transporte. “Ela está desacordada, quebrada, com um monte de fratura, levando ela no sol quente, no meio da rua para poder fazer raio-X”, disse uma amiga da vítima, que fez o vídeo.
O médico cirurgião Jean Carlos Antunes Cintra trabalha na clínica particular para onde a mulher foi levada e disse que a mulher foi transportada de maca pela rua pela falta de ambulância. “A clínica onde trabalho fica a uns 30 metros do hospital, é uma quadra de diferença. Como o equipamento do hospital está estragado e, no fim de semana, a clínica conveniada com a prefeitura que deveria faze esse atendimento fica fechada, os pacientes precisam recorrer a consultas particulares”, explicou.
Depois que a mulher foi atendida e passou por exames, ela teve que voltar ao Hospital Municipal, também de maca e pela rua. Ela foi transferida para o Hospital de Urgências de Anápolis para passar por cirurgia.
Por telefone, a secretária municipal de Saúde, Maria Aparecida Gomes Machado explicou que, no momento em que a paciente precisava fazer os exames, realmente não havia nenhuma ambulância disponível.
“Temos quatro ambulâncias: duas delas estavam em Goiânia, para levar paciente e uma terceira estragou a caminho de Goiânia para levar um paciente entubado. Aí a nossa quarta ambulância, que fica de plantão no hospital, teve que ir prestar esse auxilio para a que quebrou”, explicou a secretária.
Sobre a transferência da paciente pela rua, a secretária explicou que essa não é a atitude padrão. “Temos uma clínica conveniada que faz esses exames e fica do lado do hospital, então não precisa de ambulância para transferir. Só que nos finais de semana, funciona em esquema de plantão, então a secretária foi ligar para o plantonista fazer o exame, mas a família não quis esperar e levou ela de maca até a outra unidade”, disse.
Sobre a falta de equipamento no hospital municipal, Machado disse que o aparelho de raio-X da unidade é muito velho e, no momento, não compensa consertar. “Vamos inaugurar em julho uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento] que vai receber todos os casos de urgência e emergência e lá já tem um aparelho de raio-X moderno, todo digital”, finalizou.
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