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MPF suspeita que 'testa de ferro' de Cunha tenta se esconder e sugere prisão

Por Portal Do Holanda

24/07/2018 14h27 — em
Brasil



BRASÍLIA - A Procuradoria da República no Distrito Federal suspeita que um dos 'testas de ferro' do ex-deputado Eduardo Cunha denunciado por suspeita de atuar para o “quadrilhão” do MDB, Sidney Noberto Szabo esteja tentando se esconder da Justiça para não responder ação penal na qual é acusado de operar propinas. O pedido é que seja determinada a prisão, caso ele não seja localizado em uma última tentativa.

No pedido protocolado nesta segunda-feira na Justiça Federal, o MPF aponta que, após várias tentativas, Szabo não foi localizado em seu endereço residencial em Niterói pela oficial de Justiça responsável.

Szabo foi incluído no aditamento à denúncia contra os integrantes do MDB protocolada em março deste ano na Justiça Federal depois de a Câmara dos Deputados barrar a parte da acusação relativa ao presidente Michel Temer. Além dele, também foram incluídos pela Procuradoria o coronel reformado João Baptista Lima, o advogado José Yunes, ambos suspeitos de operar para Temer, e Altair Alves Pinto, outro suspeito de atuar para Cunha.

No caso de Altair e Szabo, o MPF aponta que eles atuariam há pelo menos 10 anos para o Eduardo Cunha em diferentes esquema de corrupção. O nome de Szabo, inclusive, apareceu nas quebras de sigilo dos e-mails da mulher, Cláudia Cruz, e da filha de Cunha, Danyelle Dyitz nos quais elas pedem favores e até pagamento de pessoas que atuaram para a campanha do emedebista.

Em relatório encaminhado à Justiça Federal, a oficial de Justiça responsável informa que em sua última tentativa, no dia 23 de maio, encontrou no endereço uma idosa chamada Jane e que se identificou como ex-mulher de Szabo “a qual informou que se separou de Sidney há pouco tempo e, portanto, o mesmo não reside mais no local e não sabe dizer o atual endereço dele nem seu telefone celular”, diz o relatório.

Para os procuradores Anselmo Lopes e Frederico Ferreira, porém, a ex-mulher de Szabo estaria sendo orientada para não revelar onde está o ex-marido. “Não é factível, ao menos dentro de qualquer normalidade familiar, que a ex-esposa, a qual, anote-se, informou ter se separado recentemente do réu, não mantenha nenhum contato com o citando, ainda que para discutir aspectos relacionados ao litígio conjugal. Faz parecer que sumiu, sem deixar qualquer vestígio”, assinalam os investigadores no pedido encaminhado à 12 ª Vara.

Diante disso, o MPF pede que seja determinada a citação por hora certa, procedimento por meio do qual, após duas tentativas fracassadas, o oficial de Justiça vai ao endereço domiciliar do réu e informa os vizinhos ou parentes que vai comparecer ao local em uma data e hora determinada e pedem que eles avisem ao réu sobre a citação.

No pedido, os procuradores solicitam expressamente que o oficial de Justiça responsável procure também os vizinhos de Szabo. A iniciativa é prevista no Código de Processo Penal justamente nos casos em que as pessoas a serem citadas estejam tentando se ocultar da Justiça. A reportagem telefonou duas vezes para a residência de Szabo, mas ninguém atendeu.

E-MAILS SUSPEITOS

Além de ser suspeito de operar para Cunha há anos em diferentes esquemas de corrupção envolvendo, por exemplo, a Petrobras e a Caixa Econômica, Sidney Szabo apareceu em conversas com familiares de Cunha que chamaram a atenção das autoridades. Em relatório de setembro de 2016, no âmbito das investigações envolvendo o emedebista e seus parentes em Curitiba, a força-tarefa da Lava-Jato constatou que ele atuava como testa de ferro da família “efetuando, principalmente, pagamentos em espécie”.

“Essa atuação é comprovada em diversos e-mails encaminhados a Sidney Szabo pelas nominadas (Danielle Dytz e Cláudia Cruz), como, por exemplo, o encaminhado em 21 de março de 2012, no qual Sidney pergunta ao contador Paulo Lamenza qual o valor de nota fiscal ‘para se ter 40 liquido’. Em outro e-mail, Cláudia Cruz encaminha para Sidney Szabo solicitação de transferência referente ao ‘carro da jesus’”, segue o relatório do MPF em Curitiba.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, em outro e-mail enviado pela filha do ex-deputado é solicitado ‘o pagamento de R$ 79.940,00 aparentemente para pessoas que atuaram na campanha de Eduardo Cunha para presidência da Câmara dos Deputados’.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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