Pesquisadores da Unicamp identificaram pela primeira vez no Brasil uma droga sintética 50 vezes mais potente que o fentanil, chamada N-pirrolidino protonitazeno. O composto foi encontrado em um paciente que apresentou sonolência e perda de consciência após consumir ecstasy misturado com a nova substância, e precisou receber antídoto no hospital de Campinas (SP) para sobreviver.

O caso aconteceu em junho e foi confirmado no fim de setembro. A Anvisa já incluiu a substância na lista de proibidas no país. Especialistas alertam que, por ser misturada a outras drogas, ela aumenta o risco de parada respiratória e morte, mesmo em pequenas doses.

Um estudo do CIATox, em parceria com o Ministério da Justiça, analisou saliva de 1.631 pessoas que frequentam festas no Brasil. A pesquisa mostrou que a maioria dos usuários não sabe exatamente o que consome, incluindo drogas como MDMA, cocaína e metanfetamina, além de novas substâncias como MDEA, desclorocetamina e dipentilona.

Os pesquisadores reforçam que a falta de informação sobre essas drogas representa um grave risco à saúde pública. Eles defendem a ampliação de testes e políticas de redução de danos, para que usuários saibam o que estão consumindo e possam se proteger diante do surgimento de drogas tão potentes e perigosas.