CPMI ouve operador financeiro ligado ao “Careca do INSS”
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS recebe nesta segunda-feira (22) o depoimento de Rubens Oliveira Costa, figura central nas investigações sobre o esquema que desviou bilhões de reais em benefícios previdenciários. O depoimento é considerado estratégico para desvendar a estrutura financeira por trás da chamada “farra do INSS”.
Rubens atuou como diretor financeiro de consultorias que, segundo a Polícia Federal, serviam como fachada para movimentações ilícitas ligadas ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. As empresas Vênus Consultoria e Curitiba Serviços, das quais Rubens é sócio, teriam recebido mais de R$ 7,6 milhões em repasses suspeitos de companhias envolvidas no esquema.
A CPMI busca entender como essas consultorias operavam para ocultar os fluxos financeiros entre entidades de classe, operadoras de crédito consignado e servidores públicos. Documentos obtidos pela comissão indicam que Rubens teria atuado como elo entre os operadores do esquema e os beneficiários finais dos desvios.
Parlamentares esperam que o depoimento revele detalhes sobre contratos simulados, repasses em espécie e o uso de contas de terceiros para lavar dinheiro público. “Rubens não era apenas um contador. Ele era o arquiteto financeiro da fraude”, afirmou um integrante da comissão sob anonimato.
A sessão, marcada para as 16h, será transmitida ao vivo e deve contar com a presença de representantes da Controladoria-Geral da União e do Ministério Público Federal. O clima é de tensão: há expectativa de que Rubens apresente documentos inéditos que comprometam servidores de alto escalão e políticos com influência sobre o INSS.
Este depoimento ocorre em um momento decisivo para a CPMI, que já indicou a possibilidade de pedir o indiciamento de mais de 40 pessoas envolvidas no esquema. A comissão tem prazo até novembro para concluir os trabalhos, mas a complexidade das investigações pode levar à prorrogação.
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