Uma manicure de 30 anos filmou o momento bizarro em que um homem aparece se masturbando em pleno transporte público. Ela estava indo para o trabalho em um shopping de Salvador, na Bahia, por volta das 9h da manhã quando viu o ato.

Segundo o relato da jovem, o ônibus não estava cheio e tinha apenas algumas mulheres. Ela estava separada do homem apenas pelo corredor, e do outro lado na mesma fileira lá estava ele.  “Nos assentos da frente dele, estavam duas amigas conversando, mas ele estava sozinho. Comecei a sentir ele incomodado, primeiro mexendo na bolsa. Não podia olhar diretamente, mas vi que tinha algo estranho. Fiquei com medo e quis ligar para a polícia”, contou.

No entanto, a manicure decidiu começar a gravar a cena, fingindo que estava falando no telefone. Ao perceber que o homem estava se masturbando, a mulher ficou paralisada.  “Eu sou barraqueira de fechar barraco, mas não tive ação. Foi tão assim que me senti constrangida, me senti abusada”. relatou.

Foi o momento em que a jovem se sentiu apavorada, enojada e com muito medo de ser estuprada. Ela conta que se sentiu abusada sexualmente, mesmo não tendo havido contato físico. “Não importa se foi físico ou não. Mas eu não sou obrigada a participar desse ato sexual dele”, sentenciou.

Logo depois, a manicure foi até o cobrador e contou o que estava acontecendo. No entanto ele falou que não poderia fazer nada. Irritada e com medo, a jovem pediu para descer do ônibus. Na saída, ela mostrou o telefone para o homem e gritou para ele que iria ligar para a polícia. Ele sorriu. 

Segundo a jovem, ela decidiu não presta queixa porque saberia que não iria adiantar, já que não sabia o nome do criminoso. . “Para quê? Para não resolver? O que eu queria mesmo era não ter esse transtorno”, desabafa.

No outro dia, a moça pegou a mesma linha de ônibus que a leva para o trabalho. O motorista e o cobrador tocaram no assunto: “Mas eles são homens. Eles acham que é normal. Não é o caso de todos, mas a grande maioria faz dessa forma e a gente que fica violentada. E eu tenho medo de encontra-lo. Não sei qual vai ser minha reação”, diz.

O crime se trata de atentado ao pudor e conforme a Vânia Matos, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Periperi,  “O ideal seria ir na hora ou chamar a polícia. Se foi comunicado ao rodoviário que estava acontecendo o crime, ele deveria ter colaborado em conduzir o veículo para a delegacia, por exemplo, até para evitar que outros fatos aconteçam”.

A delegada alerta ainda que no caso em que a situação se agrava e o homem decide praticar "encoxamento", já se trata de estupro.  . “Esse ‘encoxar’ também é um ato libidinoso, mas, como está praticando com a pessoa, é estupro mesmo. É geralmente o machismo que ainda impera na sociedade”, diz. A delegada recomenda que a vitima grite caso algo do tipo aconteça.