Manaus/AM - Em meio a instabilidade da segurança nos presídios após o massacre do último domingo (26) e segunda-feira (27), o Governo do Amazonas tem negado a existência de facções dentro das unidades. Mas uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal não só afirma a existência e a força das mesmas como também aponta que o atual secretário de Segurança Pública Louismar Bonates, já fez negociatas com seus representantes.

De acordo com informações da jornal Folha de São Paulo, um áudio rastreado mostra que Bonates marcou encontro com o líder da FDN, Zé Roberto da Compensa na biblioteca do Compaj em 2015 para fazer um acordo de paz com ele em troca de algumas regalias.

Uma delas é de que ele não seria transferido para um presídio federal, outra foi a promessa da construção de um campo de futebol para que os presos pudessem se divertir. A negociação aconteceu meio a várias mortes na capital ordenadas de dentro da cadeia.

A promessa pelo que parece foi cumprida, já que Zé Roberto só foi transferido no fim do ano após a Operação La Muralla que desvendou o acordo. Mesmo com o relatório da PF, o Ministério Público Estadual optou por não apresentar denúncia contra Bonates e ele novamente assumiu o cargo no atual governo do Amazonas.

O filho dele, Luís Mário, também foi contemplado com um cargo no alto escalão do Governo Lima, ele é o atual secretario-executivo de projetos Especiais na Casa Civil.

Com o massacre dos últimos dias, Bonates voltou aos holofotes com a declaração de que as facções não são frutos do imaginário popular e minimizando a carnificina como uma mera briga entre detentos.