Em apenas quatro horas da rodada de negócios promovida pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), na FIAM 2011, que acontece no Studio 5 até sábado (29), foram fechados contratos com valor superior a U$ 2,6 milhões, segundo informação do superintendente do Sebrae/Amazonas, Nelson Rocha. A expectativa é que até o final do dia o montante de negócios superasse os U$ 12 milhões, conforme avaliação da gerente de Acesso a Mercado do Sebrae/ AM, Vanusa Reis das Chagas.

O evento, que tem o objetivo de facilitar a negociação entre fornecedores, compradores e estabelecer novas parcerias dentro e fora da região contou, este ano, com a participação de dez países, sete Estados e 125 pequenas empresas ofertando seus produtos. Entre os carros-chefe estavam os fitoterápicos, peças em madeira, em fibras e alimentos orgânicos.

Segundo Rocha, a expectativa de superar os números iniciais se deve ao fato de que muitas vezes os contatos feitos durante a rodada acabam se confirmando e transformando em transações comerciais dias, semanas ou meses após a Feira.

Este ano, conforme explicou o superintendente, o Sebrae fará avaliações periódicas (três, seis meses ou até um ano) após o evento para verificar como se encontram esses parceiros e quais os negócios que foram efetivados nesse prazo. Os dados servirão como base, ainda, para traçar diretrizes para a próxima rodada.



Contatos e promessas

Empreendedores com talento e investidores em potencial cruzaram os caminhos e tiveram, ontem, a oportunidade impar de concretizar sonhos no salão de negócios da FIAM 2011, a vitrine regional para projetos inovadores com a viabilização de negócios futuros ou imediatos.

O micro-empresário Eudes Batista, da etnia Saterê-Maué, estava entre os que puderam comemorar o fechamento de negócio. Eudes fechou contrato com um grande empresário paulista interessado nos óleos essenciais produzidos na comunidade de Barreirinha, interior do Amazonas. Batista disse que foi surpreendido com a procura pelo óleo de andiroba, uma vez que estava preparado para comercializar o carro-chefe de sua produção regional — o guaraná em pó — que lhe rendeu outros três contatos para fechamento de negócios ainda este ano.

O roraimense Carlos Sabóia foi outro que saiu da rodada com dois investidores interessados em fechar negócio com sua imobiliária, que dispõe de 50 mil hectares de terras para comercialização. Até o final do dia da rodada, Sabóia havia contatado seis investidores.

Usando a experiência da Feira passada para realizar bons negócios no presente, Gilson Gregório de Brito, proprietário da “Gotas da Amazônia”, explicou que na FIAM 2009 participou da rodada com as atenções voltadas exclusivamente para o investidor internacional e acabou sendo prejudicado porque não tinha licença para exportar.

“Agora fechei negócios com uma empresa do Rio Grande do Sul e já tenho outros contatos encaminhados”, explicou.

O dono da “TOK Amazônico”, Jessé Sicsu, fechou negócio com duas empresas e estava na expectativa de mais dois contatos para comercializar suas peças confeccionadas em madeira regional. “Minhas peças artesanais (pulseiras, brincos, bandejas) são com matéria-prima da região e resíduos e a procura tem sido boa”, avaliou.

Embora até o final da tarde de ontem não tivesse fechado nenhum negócio com seus quadros decorados com motivos amazônicos, o peruano Jikey Torrejon Vasquez, da “Arte Amazônia”, ainda alimentava a esperança de sair da rodada de negócios com pelos menos alguns contatos. Morando em Manaus há dois anos, Torrejon mantém um ateliê onde também ministra aulas grátis para pessoas desempregadas interessadas em aprender a arte da pintura.