Leonel chama Frota de "fisceleiro"
Depois de 24 anos como vereador ao longo de seis mandatos, o líder Leonel Feitoza (PSD) se aborreceu nesta terça-feira e decidiu “botar moral” no plenário. Trancou a pauta de votação da ordem do dia ao pedir vistas de todos os projetos em tramitação até que o projeto do vereador Mário Frota, que extingue o auxílio paletó seja colocado em votação. O autor do projeto faltou à sessão.
“Não vou sair desta casa sem antes acabar com a essa demagogia de fazer fiscela no período de eleição e depois fugir da responsabilidade”, prometeu Leonel, referindo-se ao colega Mário Frota, que no período eleitoral apresentou projeto extinguido o auxílio paletó, que foi retido pela presidência da casa e agora retorna a tramitação.
A decisão do vereador, que começou a ser praticada logo nos primeiros projetos apresentados pela mesa, suscitou apelos e críticas de opositores e aliados. Mas Leonel se mostrou irredutível, transferindo a culpa para o próprio Mário Frota, que segundo ele “fez demagogia e agora desaparece na hora de botar a coisa em prática”.
O presidente da mesa Marcel Alexandre ainda se esforçou em explicar que o projeto já se encontra em tramitação, porém ainda na CCJ para receber parecer e só após seria apresentado ao plenário para votação. Porém o vereador não reconheceu a validade do argumento, diante do fato de que o autor Mário Frota não se encontrava em plenário.
Para o corregedor da Câmara, Wilton Lira (PDT) se a pessoa tem um compromisso, lutou por ele, foi à justiça e espalhou panfletos pela cidade durante a campanha “é uma questão de honra ele apresentar o projeto, senão ele não honra nem as calças que veste”, disse referindo-se a Frota.
Mário Bastos (PRP), que desistiu da política e não se candidatou à reeleição, declarou desde logo seu voto contrário ao projeto, “porque o vereador Mário Frota não deveria fazer o que fez”. Outros vereadores como Homero Leão e Wilker Barreto (PHS) apelaram ao bom senso de Leonel em nome da tramitação de projetos importantes na casa.
Diante da negativa dele em mudar de atitude, o presidente da mesa Marcel Alexandre (PMDB) tomou uma decisão inédita. Perguntou se Leonel manteria sua decisão de pedir vistas de todos os projetos em pauta e diante da confirmação deste, declarou “vistas concedidas a todos os projetos” e encerrou a sessão exatamente às 11h05.
O projeto se encontra na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para onde retornou depois que o próprio Mário acionou a justiça para conseguir a sua tramitação. Ontem o relator escolhido foi o vereador Joaquim Lucena, que tem até a próxima segunda-feira para apresentar o parecer. Então o parecer será votado na comissão
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