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Conheça a dieta apontada como 'segredo da vida longa' que beneficia a todas as idades

Por Portal Do Holanda

01/09/2018 16h40 — em
Saúde e Bem-estar


Foto: Pixabay

RIO - A chamada “dieta mediterrânea” é apontada como o segredo da longevidade, e pode beneficiar mesmo quem adere a ela em uma idade mais avançada. Esta é a conclusão de estudo conduzido por pesquisadores do Departamento de Epidemiologia e Prevenção do Instituto Neurológico Mediterrâneo Neuromed em Pozzilli, Itália, e publicado nesta quinta-feira no periódico científico “British Journal of Nutrition”.

Na pesquisa, os cientistas analisaram a relação entre a dieta mediterrânea “tradicional” – rica em frutas, vegetais, peixes, sementes, azeite e cereais, e baixa em carnes e laticínios, com consumo medrado de vinho durante as refeições – e a mortalidade em uma amostra de mais de 5 mil pessoas com mais de 65 anos participantes do Estudo Moli-sani e acompanhados ao longo de oito anos. Iniciado em 2005, o levantamento envolve mais de 25 mil cidadãos da região de Molise, no Sul da Itália, com o objetivo de avaliar o impacto de fatores ambientais e genéticos no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e cânceres.

Além dos dados do Moli-sani, os pesquisadores italianos analisaram outros estudos epidemiológicos publicados em diversos países envolvendo mais cerca de 12 mil pessoas com mais de 65 anos. Com todas estas informações, os resultados indicam que a dieta mediterrânea funciona como um “escudo”, reduzindo significativamente o risco de morte em pessoas mais velhas, afirmam.

Ainda segundo os cientistas, os efeitos benéficos permanecem mesmo com mudanças na prática da dieta Mediterrânea e no estilo de vida da população da região nos últimos anos, com os supermercados cheios de produtos e guloseimas antes de difícil acesso aos fazendeiros originais da área.

– A novidade de nosso estudo é que focamos a atenção na população com mais de 65 anos – destaca Marialaura Bonaccio, epidemiologista do departamento do Neuromed e primeira autora do artigo no “British Journal of Nutrition”. - Já sabíamos que a dieta mediterrânea é capaz de reduzir o risco de mortalidade na população em geral, mas não sabíamos se isso se daria do mesmo jeito especificamente em pessoas mais velhas. Agora os dados do Estudo Moli-sani mostram claramente que a uma dieta como a mediterrânea tradicional está associada a uma redução de 25% da mortalidade por todas as causas. E os efeitos se mantêm também se considerarmos especificamente a mortalidade cardiovascular e cerebrovascular.

Já Licia Iacoviello, chefe do Laboratório de Epidemiologia Molecular e Nutricional do Neuromed e professora da Universidade de Insubria, Varese, também na Itália, explica que além do Moli-sani foram usados dados de seis estudos com pessoas com mais de 65 anos em outros países.

- Por meio da técnica de meta-análise, pudemos confirmar que uma adesão maior à dieta mediterrânea diminui o risco geral de mortalidade de uma maneira progressiva e dose-resposta. Em outras palavras, isso quer dizer que quanto mais você segue a dieta mediterrânea, maiores os ganhos em termos de redução do risco de mortalidade.

Segundo os pesquisadores, os alimentos que, no contexto do modelo de uma dieta tipo mediterrânea, oferecem maior proteção são os que contêm altos níveis de gorduras monoinsaturadas, presente no azeite extra virgem, e os peixes, associados ao consumo moderado de álcool, preferencialmente durante as refeições.

- Nossa pesquisa considera a nutrição como um todo, mas ainda é interessante entender que alimentos contribuem mais para o efeito da dieta mediterrânea – explica explains Bonaccio. - Nossos dados confirmam o que já foi observado em numerosos estudos epidemiológicos e metabólicos, nomeadamente que o consumo moderado de bebidas alcoólicas, inserido no contexto da dieta mediterrânea, é um fator de proteção de nossa saúde.

Já Giovanni de Gaetano, diretor do departamento do Neuromed, considera o estudo mais um alerta da importância da prevenção de doenças via fatores modificáveis, como a dieta.

- Achamos que nossos dados lançam uma importante mensagem em termos de saúde pública – diz. - Com o progressivo envelhecimento da população mundial, sabemos que em poucos anos as pessoas com mais de 65 anos vão representar um quarto dos europeus. Assim, é necessário estudar e identificar os fatores modificáveis que podem garantir não só uma vida mais longa, mas também com uma qualidade de vida aceitável. Costumamos dizer que precisamos somar vida aos anos, e não só anos de vida. Nosso estudo é uma base robusta para encorajar um modelo de dieta saudável inspirado pelos princípios da dieta mediterrânea, mesmo entre as pessoas mais velhas.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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