"Bolsonaro não pediu para postar", diz Flávio sobre vídeo que resultou na prisão do pai
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (5) que a publicação de um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais foi feita por iniciativa própria, sem qualquer orientação do pai. Segundo ele, a postagem não teve como objetivo descumprir as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbem Bolsonaro de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros.
A declaração foi feita após o ministro Alexandre de Moraes determinar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro por considerar que o ex-presidente desrespeitou essas restrições ao continuar se manifestando por perfis de aliados e familiares. Uma das publicações citadas na decisão foi feita por Flávio no domingo (3), durante ato pró-anistia no Rio de Janeiro, mas apagada pouco depois. O senador é um dos três filhos parlamentares do ex-presidente citados por Moraes.
Em coletiva no Congresso, Flávio argumentou que agiu no exercício de sua liberdade como cidadão. "Foi o que eu fiz, com a convicção, na cabeça de qualquer pessoa normal, que não traria problema nenhum. Porque fui eu que postei. Não foi o presidente Bolsonaro que pediu pra postar, pra burlar qualquer medida cautelar", afirmou.
Na decisão que determinou a prisão, Moraes afirmou que Bolsonaro preparou os conteúdos compartilhados por filhos e aliados, o que indicaria uma tentativa deliberada de driblar a proibição. Para o ministro, as postagens representam “reiteração das condutas ilícitas de maneira mais grave e acintosa”. Além da prisão domiciliar, Bolsonaro está proibido de receber visitas e teve os celulares apreendidos.
As investigações apuram se Bolsonaro e seus aliados atuaram para provocar sanções internacionais contra o Brasil. Em julho, o ex-presidente já havia sido alvo de medidas restritivas. Agora, Moraes considera que as novas postagens reforçam o descumprimento, especialmente ao usar perfis de terceiros para continuar divulgando conteúdos políticos.
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