Brasil faz história ao receber certificado de eliminação da transmissão vertical do HIV
O Brasil consolidou seu papel como referência mundial em saúde pública ao receber o certificado de eliminação da transmissão vertical do HIV como problema de saúde pública. O documento foi entregue pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Com este marco, o Brasil torna-se o único país de dimensões continentais no mundo a interromper, de forma sustentada, a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação, fruto de décadas de investimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para obter a certificação, o país cumpriu critérios rigorosos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, mantendo a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência em crianças inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos. Além disso, o Brasil superou a marca de 95% de cobertura em exames de pré-natal e testagem para HIV, assegurando o tratamento imediato para gestantes soropositivas. O processo de validação teve início em junho de 2025, após o envio de um relatório técnico detalhado que comprovou os avanços sistemáticos no componente materno-infantil da resposta à epidemia.
Os dados recentes da saúde revelam que a eficácia das políticas públicas vai além da transmissão vertical. Entre 2023 e 2024, o Brasil registrou uma queda de 13% no número de óbitos por Aids, reduzindo o total de mortes para 9,1 mil — a menor taxa registrada em mais de três décadas. Esse declínio é atribuído à expansão da chamada "prevenção combinada", que utiliza ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), além da democratização de autotestes e exames rápidos que permitem o início precoce do tratamento.
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