O Carrefour foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 50 mil por danos morais a uma ex-frentista de Guarujá, São Paulo. A decisão da 2ª Vara do Trabalho reconheceu as "péssimas" condições na alimentação dos funcionários, incluindo a constatação de larvas e insetos nos alimentos, conforme as provas e testemunhos apresentados pela trabalhadora.

A ex-funcionária trabalhou no posto entre outubro de 2022 e maio de 2025. Na ação, ela afirmou que a comida servida era insuficiente, inadequada e degradante, alegando ainda que a refeição para os empregados do posto era diferente da oferecida aos funcionários do hipermercado.

Apesar da condenação, o Carrefour recorreu da decisão. Em nota, a empresa declarou considerar as acusações infundadas, mas destacou ter adotado medidas imediatas, como a troca da empresa terceirizada responsável pela alimentação. A rede varejista reiterou o seu compromisso com um ambiente de trabalho seguro e respeitoso.

Inicialmente, a defesa da ex-frentista, representada pelos advogados Lucas Pinho e Lucélia Santos, havia solicitado R$ 61,5 mil em indenização. O valor foi reduzido pelo juiz Eduardo José Matiota para R$ 50 mil.

Os advogados, no entanto, já informaram que irão recorrer para aumentar o valor da indenização. Eles argumentam que a quantia atual está "aquém da gravidade dos fatos" e não cumpre o caráter pedagógico e punitivo que a condenação exige.

"Se o valor não for majorado, o Carrefour poderá sentir-se encorajado a manter tal prática”, destacou o escritório de advocacia em nota. A defesa ainda revelou representar outros 10 trabalhadores em situações similares contra a mesma empresa, indicando que o ocorrido "não é um caso isolado".

Além dos R$ 50 mil por danos morais, o Carrefour também foi condenado a pagar uma indenização equivalente ao valor do auxílio-refeição por cada dia trabalhado pela funcionária no posto.