O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) absolveu Eliandro Bastos, de 36 anos, da acusação de matar o empresário Kerli Fabrício durante uma confraternização de fim de ano em Cláudio, no Centro-Oeste de Minas, em dezembro de 2024. A decisão, proferida em setembro de 2025, garantiu a liberdade definitiva do réu, que já estava solto desde janeiro deste ano. O caso, que tramita em segredo de Justiça, ganhou repercussão devido à natureza do crime – um conflito entre funcionário e patrão ocorrido na festa da empresa.

Ao G1, a defesa de Eliandro Bastos confirmou que o reconhecimento da legítima defesa foi o fundamento para a absolvição. Segundo o advogado do réu, tanto o Ministério Público quanto a própria defesa se manifestaram favoravelmente à absolvição após a análise das provas e dos depoimentos colhidos durante a investigação. O crime ocorreu após uma discussão iniciada quando Kerli Fabrício teria avisado a Eliandro, o funcionário mais antigo da Metal Polo Aramados e Montagem, que ele seria demitido por ser considerado "muito caro", gerando revolta e a escalada do conflito.

Os autos indicam que, após o anúncio da demissão, Eliandro quebrou uma garrafa de vinho e, ao ser impedido de deixar o local pelo empresário, que trancou o portão da empresa, esfaqueou Kerli por três vezes já do lado de fora. Inicialmente, a Polícia Civil havia registrado o caso como homicídio qualificado por motivo fútil. Contudo, o entendimento de que Eliandro agiu em legítima defesa, como sustentou sua defesa e foi aceito pelo juiz, se sobrepôs à tipificação inicial, apesar do crime ter resultado na morte do empresário.

A família da vítima, representada por seu advogado, manifestou-se surpresa com a decisão e já tenta a reversão da sentença junto ao TJMG. Devido ao sigilo do processo, a defesa de Eliandro não pôde detalhar os elementos que comprovaram a legítima defesa, mas se disse confiante de que a absolvição será mantida nas instâncias recursais.