Águas de Manaus destrói ruas e abusa dos consumidores
A denúncia do engenheiro Paulo Roberto da Silva, publicada neste Portal, é mais do que um desabafo: é uma acusação grave contra um sistema que se sustenta no descaso.
Ele aponta que a Águas de Manaus cobra por serviços não prestados, registra ar como água, lança esgoto de forma irregular e trata a população como “idiota”.
A crítica do engenheiro não para na concessionária Águas de Manaus: mira também o Ministério Público e a agência reguladora, por tolerarem abusos que se repetem há anos.
Com menos de 30% da cidade atendida por rede de esgoto e apenas 22% do volume tratado, a crise do saneamento não se explica por limitações técnicas, mas pela omissão institucional.
E o quadro é ainda mais grave quando se lembra que o Estado, ao transferir a concessão para escapar de custos operacionais, acabou preso a um círculo vicioso: continua obrigado a aportar recursos públicos, sem controle, sem contrapartida definida e sem correspondência entre o que investe e o que a concessionária entrega.
Esse silêncio cúmplice transforma escândalos em rotina. O consumidor paga caro, recebe pouco, adoece e ainda é tratado como refém.
A cidade perde em saúde, dignidade e meio ambiente. Se o poder público continuar a se omitir, não será apenas a concessionária a lucrar: será a impunidade a prosperar, consolidando um modelo em que a população é vista não como cidadã, mas como fardo a ser explorado.
"Tratam a população como idiota", denuncia engenheiro sobre Águas de Manaus; vídeo
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ASSUNTOS: Águas de Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.