Médico alerta sobre cuidados com peixes contaminados por mercúrio nos rios do Amazonas
Manaus/AM - Nesse período da Semana Santa, quando há um costume entre os católicos de evitar o consumo de carne, aumenta o consumo de peixes. Mas após a invasão de garimpeiros para extração de ouro em diversos rios com o uso de mercúrio, o infectologista Antônio Magela, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), recomenda atenção e cuidado com a origem do pescado a ser consumido.
“Tem-se que saber a procedência do peixe, se é de rio e lago de área próxima onde houve a contaminação das águas pela atividade de garimpeiros”, afirma ele, ao lembrar que a intoxicação por mercúrio quando se manifesta já é numa situação crônica, após o consumo prolongado de peixe contaminado.
Essa contaminação inflama o sistema nervoso central e causa sintomas como náuseas, dor de cabeça, tonturas, distúrbios visuais e fraqueza, entre outros.
Para se identificar a presença do mineral no organismo humano ou no peixe, é preciso fazer a dosagem, que é recomendada nas pessoas que apresentam sinais de intoxicação com os sintomas neurológicos
Magela lamenta que ainda haja despejo desse mineral nos rios pelas graves consequências que traz tanto ao meio ambiente quanto ao ser humano.
“Não tem como esconder uma atividade de garimpeiros, pois onde eles estão há destruição de grandes proporções”, assegura ele, explicando que diante desse cenário, é bom que as pessoas evitem consumir peixes dessas regiões.
A contaminação das águas nem sempre causa grandes mortalidade de peixes porque eles não ficam parados e é mais um motivo para fazê-lo migrar na busca de águas limpas, mas aqueles que estão intoxicados levam a contaminação na carne para onde se deslocarem.
Além da informação da origem, as pessoas que forem comprar o pescado devem observar a situação dos olhos do animal, a coloração da carne e das guelras, que indicam alterações importantes.
O médico sugere às pessoas que tiverem informações sobre atividade de garimpeiros para denunciá-los para evitar os desastres ambientais e proteger a saúde pública, pois é muito grave.
Outra recomendação de Magela é a conscientização dos pescadores para não pescarem nesses locais e às pessoas que comercializam o alimento, só o façam quando tiverem uma informação confiável da procedência do pescado, evitando os que vierem desses locais onde houve atuação de garimpeiros.
ASSUNTOS: Amazonas