A Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops) informou nesta segunda-feira(11) que sabe o paradeiro de Janete Cleia Laranjeira Fraga, 32, que estaria sendo mantida em cárcere privada e foi dada como desaparecida no Suriname

De acordo com  a titular da Deops, Catarina Saldanha, a delegacia entrou em contato com a Embaixada do Brasil no Suriname, na última sexta-feira(8), e foi informado que Janete teria sido entrevistada naquele mesmo dia e ouviu da mulher que ela estava no Suriname por livre e espontânea vontade.

Segundo o registro dos familiares, Janete estaria sendo mantida no lugar como escrava sexual por um homem conhecido como “Danilo” e que ela supostamente havia entrado em contato com parentes em Manaus pedindo ajuda, por meio de mensagens em uma rede social. O agente informou que na manhã da última sexta-feira(8) Janete compareceu no setor consular da Embaixada do Brasil em Paramaribo, no Suriname, a fim de esclarecer o que ela julgou ser um mal-entendido.

 “Ela disse que não é mantida em cativeiro, não é escrava sexual, que trabalha com Danilo e que o mesmo a tem ajudado muito, pois ambos trabalham produzindo e vendendo mudas de plantas em Paramaribo. Janete também declarou que trabalha desenhando e costurando roupas para pessoas no Suriname e que se sente prejudicada com as notícias vinculadas pela família no Brasil”, ressaltou Gilvanês Bakai.

A mulher teria afirmado, ainda, que a família só a procurou agora porque ela não enviou mais dinheiro para o Brasil por não ter mais recursos, mas que antes ajudava os parentes financeiramente. Ela argumentou que Danilo é apenas um amigo e que emprestava, eventualmente, o celular dele para que ela fizesse contato com os familiares.

"A mulher afirmou que não veio até o Brasil esclarecer o mal-entendido pois não tinha recursos financeiros, mas que se os parentes custeassem a passagem ela viria. O consulado brasileiro possibilitou o contato telefônico entre Janete e a família em Manaus para que ela pudesse comunicar que está bem”, disse.

Com a permissão de Janete, os funcionários do setor consular, Diana Dias e O’Niel Kasanoemar, acompanharam ela e Danilo até a residência atual dos mesmos, onde constataram uma casa simples e em condições de morar, onde estão há um mês, cedida por um amigo. No terreno da casa os funcionários verificaram as mudas de plantas que Janete e Danilo trabalham.

Assim, até o momento não está caracterizada a condição de escrava sexual de Janete. O setor consular da Embaixada em Paramaribo e a unidade da Polícia Federal estão acompanhando o caso e eventuais noticiais serão repassadas à Polícia Civil do Amazonas e aos familiares de Janete.