Após morte de investigador, relembre caso de agressão contra babá e advogado em Manaus
Manaus/AM - A morte do investigador da Polícia Civil, Raimundo Nonato Machado, ocorrida em um acidente nesta manhã (4), na Avenida do Turismo, zona oeste, impressionou a população e trouxe de volta às redes sociais, como um dos assuntos mais comentados, o caso de agressão causado pelo homem e a esposa dele, Jussana Machado, há cerca de dois anos.
Para quem não lembra, o fato aconteceu em 18 de agosto de 2023, no condomínio Life Ponta Negra. O investigador e sua esposa, protagonizaram uma cena de violência registrada por câmeras de segurança. A confusão teve início quando Jussana agrediu violentamente a babá Cláudia Gonzaga Lima, funcionária da família do advogado Ygor de Menezes Colares, também morador do condomínio.
Nas imagens, Jussana aparece dando socos e puxões de cabelo na babá, enquanto Raimundo incita a violência com frases como: "Acaba com a cara dela. Bate na cabeça dela."
O advogado Ygor tentou intervir para proteger a funcionária, mas também foi agredido por Raimundo. Em seguida, o investigador entregou sua arma à esposa, que atirou em direção ao advogado. O disparo atingiu de raspão a perna de Ygor, que sobreviveu e denunciou o caso à polícia.
Prisões e medidas judiciais
- Jussana foi presa em flagrante no mesmo dia e teve a prisão convertida em preventiva.
- Raimundo Nonato se entregou dois dias depois, em 20 de agosto, e também teve a prisão preventiva decretada.
- O Ministério Público do Amazonas denunciou o casal por:
- Tentativa de homicídio qualificado (contra o advogado)
- Tortura (contra a babá)
- Incitação à violência e omissão de socorro.
Repercussão
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) acompanhou o caso e pressionou as autoridades por justiça. A Câmara Municipal de Manaus revogou uma medalha de honra concedida a Raimundo em 2021 e exigiu a devolução da homenagem.
Revogação das prisões
Em setembro e outubro de 2023, a Justiça do Amazonas revogou as prisões do casal. Ambos passaram a responder em liberdade, com medidas cautelares como:
- Proibição de contato com as vítimas;
- Afastamento do investigador das atividades externas da Polícia Civil;
- Suspensão do porte de arma;
- Uso de tornozeleira eletrônica por parte de Jussana;
- Proibição de frequentar o condomínio onde ocorreu o crime.
Atualização
Em julho de 2025, a Justiça negou o pedido de prisão especial feito pela defesa de Jussana, reforçando que ela não tem prerrogativa legal para isso. O processo segue em andamento na esfera criminal e Raimundo estava, até agora, no alvo da apuração administrativa pela Corregedoria da Polícia Civil. Ele corria o risco de ser suspenso ou expulso da corporação.
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