Toffoli mantém acareação do caso Master e ignora pedido da PGR
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta-feira (25) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender a acareação determinada de ofício no caso envolvendo o Banco Master. A audiência está mantida para a próxima terça-feira (30) e confrontará o dono do banco, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino.
A acareação é um procedimento utilizado para confrontar versões divergentes apresentadas por diferentes pessoas em investigações ou processos judiciais. O objetivo é esclarecer contradições nos depoimentos, permitindo que os envolvidos respondam diretamente às declarações uns dos outros. A medida é considerada uma ferramenta importante para a formação de provas e a apuração completa dos fatos.
A PGR havia solicitado a suspensão alegando que a acareação seria prematura, já que os intimados ainda não haviam sido ouvidos individualmente e parte do material da operação não havia sido analisada. Segundo o órgão, realizar o procedimento neste momento poderia expor provas sensíveis e comprometer hipóteses investigativas que ainda estão sob sigilo.
Apesar das objeções, Toffoli decidiu manter a acareação. Segundo o ministro, os elementos da investigação indicam necessidade de esclarecimentos imediatos, mesmo que os intimados ainda não tenham sido ouvidos pela Polícia Federal. Ele ressaltou que informações públicas reforçam a relevância do confronto de depoimentos neste momento.
Dos três convocados, dois são investigados: Vorcaro e Paulo Henrique Costa. O diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, não é investigado, mas sua presença será fundamental para explicar o processo de fiscalização e liquidação de bancos, bem como esclarecer se houve atrasos ou falhas na atuação do BC, que já havia feito alertas ao Banco Master anteriormente descumpridos.
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