Desastres aéreos no Brasil: Especialistas explicam aumento

Após um recorde de mortes em desastres aéreos em 2024, o Brasil registrou 22 acidentes em 2025 até o início deste mês, resultando em 10 óbitos. Especialistas apontam que o aumento está relacionado à expansão do mercado da aviação privada, que enfrenta problemas de infraestrutura, formação de pilotos e fiscalização insuficiente.
Em 2024, as mortes em acidentes aéreos subiram 97%, com 152 óbitos, segundo o Cenipa. A maioria dos acidentes envolveu a aviação privada, que tem menos exigências que os voos comerciais. Para Gerardo Portela, especialista em segurança, a crescente complexidade dos voos exige uma revisão nas normas. Ele também destaca a falta de fiscalização adequada, com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não conseguindo preencher todos os cargos necessários para a supervisão do setor.
"A complexidade aumentou e as regras precisam evoluir na mesma proporção — resume o especialista, que destaca que voos privados têm menos exigências do que os comerciais. — É um ponto de atenção, porque mais de 80% dos acidentes são da aviação privada. No voo comercial, as decisões e o planejamento são compartilhados entre o aeroporto, a companhia aérea, o piloto e outras instâncias de controle. Na aviação privada, a decisão é do piloto, praticamente sozinho", explicou.
Além disso, segundo o Jornal O Globo, a formação de pilotos no Brasil é cara e não segue os padrões mais exigentes. Muitos pilotos recorrem a cursos não homologados, comprometendo a qualidade da formação.
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