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O poder de Michele Bolsonaro, “a Mulher Maravilha"


Por Raimundo de Holanda

31/10/2021 18h21 — em
Bastidores da Política



Como os Bolsonaros vivem em um mundo paralelo, é difícil dizer o que de fato representou a imagem postada no Instagram pela primeira dama, Michele Bolsonaro, na qual ela aparece como "Mulher Maravilha" e o presidente como "Superman". A comparação foi logo atribuída pela mídia à polêmica envolvendo o jogador  de vôlei Maurício Souza, dispensado do Minas por suposta postagem homofóbica.

Mas a razão pode ter sido outra. Um recado de uma mulher poderosa para um homem que reconheceu publicamente sua  fragilidade, ao admitir que chora escondido no banheiro para ela não perceber seus momentos de fraqueza. (LEIABolsonaro diz chorar no banheiro de casa )

LEIA POLÊMICASUPERMAN- HEROI BISSEXUAL

Michele ou não conhece a relação difícil do "Homem de Ferro" com Diana Prince, a "Mulher Maravilha", ou sabe  de seu poder como mulher e companheira  do homem mais poderoso do país.

Está claro que a primeira dama nunca leu a  revista em quadrinhos na  qual "Super-Homem" e "Mulher Maravilha" lutam entre em si, especialmente a publicada em 2020, na qual a Amazona mata nosso herói  com um potente soco no peito, usando em suas mãos pedaços da mortal Kriptonita. Era um mundo em conflito, despedaçado, no qual até os super heróis não entendiam seus valores. Um mundo paralelo para o qual o governo Bolsonaro empurra o Brasil  rapidamente.

Não se deseja esse fim para ninguém. Michele parece uma mulher espirituosa, afetiva e até generosa. Provavelmente quis agradar ao marido.

O problema está exatamente na falta de informação da primeira dama -  que apareceria melhor em uma montagem (ainda que fora de contexto) na  figura de  Lois Lane, a jornalista interpretada pela atriz Erica Durance, a eterna namorada de Clark Kent. Seria uma ironia pela relação conflituosa de Bolsonaro com as jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto. Mas cairia bem menos mal…

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.