Tratamento não evolui como esperado, e jovem com 'pior dor do mundo' não descarta eutanásia
(FOLHAPRESS) - A brasileira Carolina Arruda, 27, que sofre com a pior dor do mundo, não teve uma melhora significante desde seu último tratamento, em agosto de 2024.
Há 11 anos, ela recebeu o diagnóstico de neuralgia do trigêmeo, uma síndrome que acomete o nervo trigêmeo responsável pelo controle do rostoe que, de acordo com especialistas, é a pior dor do mundo. A doença faz com que Carolina tenha múltiplas crises diárias de dor.
"No início eu percebi uma melhora de 25%, mas com o passar dos meses eu senti que a dor voltou e não teve uma melhora significativa. As crises voltaram à frequência de antes."
O que mudou, conta, é que a cirurgia para o implante de neuroestimuladores possibilita que ela mesma aplique uma injeção de medicamentos, o que faz com que tenha que ir menos vezes ao hospital. "Mas eu ainda tenho que ir."
A manutenção da bomba acontece todo mês, que é quando também é feito o ajuste dos medicamentos e das doses. Mas, por enquanto, nenhuma medicação tem surtido o efeito necessário. "Vamos tentar todos os medicamentos e doses possíveis até o médico dizer que a partir daquele ponto não tem mais o que fazer." Se isso acontecer, vai recorrer à decisão que já tinha tomado antes: a eutanásia.
"Eu queria que as pessoas entendessem que essa é uma decisão que eu tomei e não tem como me convencer do contrário. O que eu estou fazendo é, enquanto busco a opção mais viável, tentar o tratamento que meus médicos planejaram para mim", diz Carolina.
A jovem participou de seu baile de formatura de medicina veterinária sob cadeira de rodas. Na última segunda-feira (17), ela publicou nas redes sociais um vídeo em que fala que teve de deixar o evento de ambulância devido às suas dores. Disse ainda que se sentiu invisibilizada devido à falta de acessibilidade do local.
Além da neuralgia do trigêmeo, ela também desenvolveu espondilite anquilosante, condição que a colocou sob a cadeira de rodas. A espondilite é uma doença inflamatória crônica que pode afetar a coluna e outras partes do corpo, como os quadris como foi seu caso.
Apesar de ter participado do baile de formatura, ela ainda tem que cumprir um ano de créditos para conseguir seu diploma. A jovem conta que, por conta da sua doença, não consegue participar de todas as aulas e a faculdade não flexibilizou a acessibilidade para que ela conseguisse a aprovação necessária. Ela segue aguardando as medidas para que isso aconteça.
A sua última esperança é um medicamento indicado pelos médicos que acompanham seu tratamento. O medicamento em questão é o ziconotide, um analgésico derivado do caracol-cone.
O fármaco, no entanto, não está disponível no Brasil e não tem a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ela tentará solicitar o medicamento por via judicial.

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