RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Militar realiza, na manhã desta segunda-feira (5), uma operação no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro. Moradores relataram intensos tiroteios desde a noite de domingo (4), e ruas foram bloqueadas com barricadas em chamas.

De acordo com a PM, equipes do 41º BPM (Irajá) atuam na região, dominada pelo Comando Vermelho, para reprimir o crime organizado.

A ação acontece após a morte de um homem baleado durante um confronto entre facções criminosas rivais na madrugada desta segunda. Segundo a PM, três homens feridos deram entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Costa Barros, e um deles não resistiu. O estado de saúde dos dois feridos não foi divulgado.

A Delegacia de Homicídios investiga as circunstâncias da morte.

O Instituto Fogo Cruzado registrou disparos por volta das 7h40. Em redes sociais, moradores descreveram o clima na comunidade como "extremamente tenso". "Tiroteio pesado no Chapadão nesse momento. Cuidado na região", alertou um usuário.

A operação impactou serviços públicos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, duas clínicas da família suspenderam atividades externas. A Secretaria Municipal de Educação informou que duas escolas também foram afetadas.

Na madrugada desta segunda, um policial do 41º BPM ficou ferido por estilhaços durante um confronto no Complexo da Pedreira, que fica entre os bairros de Costa Barros e Pavuna.

Moradores afirmam que a região está em guerra devido à disputa territorial entre o Terceiro Comando Puro, que domina a Pedreira, e o Comando Vermelho, que atua no Complexo do Chapadão.

No sábado (1º), um grupo de moradores fechou a estrada do Camboatá, uma das principais da localidade, com barricadas e atearam fogo, segundo a PM. Outros manifestantes chegaram a sentar no meio da via segurando cartazes pedindo paz. A manifestação foi motivada pela morte de um barbeiro, morador da região, que teria sido baleado por traficantes.

OPERAÇÃO NA MARÉ

Na mesma manhã, uma operação da Polícia Civil movimentou o Complexo da Maré, também na zona norte. Agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, com apoio de outras unidades especializadas, entraram na comunidade Parque União para coibir a atuação de uma facção criminosa que explora serviços essenciais na região.

Segundo a investigação, o grupo é suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas e comércios localizados dentro e fora da favela. Durante as buscas, os policiais encontraram maconha, lança-perfume e material usado na produção de drogas.

Moradores relataram barulhos de tiros durante a chegada das equipes. Até o momento, não há informações sobre presos ou feridos. A operação também afetou o funcionamento de serviços públicos: duas escolas estaduais foram fechadas, e três unidades de saúde da área suspenderam atendimentos ou atividades externas.