BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O montanhista e fotógrafo brasileiro Edson Vandeira, 36, está desaparecido desde 29 de maio, quando fazia uma escalada no Peru.

Ele estava com dois outros montanhistas, os peruanos Efraín Pretel Álonzo e Jesús Huerta Picón, no Nevado Artesonraju, que tem 6.025 metros.

Artesonraju, na Cordilheira Blanca, na região de Ancash, é uma das montanhas mais conhecidas do país. Fica no Parque Nacional Huascarán.

O grupo deveria ter retornado no domingo (1º), mas não deu mais notícias. Três equipes de salvamento foram enviadas para procurar por eles.

Em um vídeo, o presidente da AGMP (Associação dos Guias de Montanhas do Peru), Beto Pinto, disse que o último contato que eles tiveram foi com um outro estudante da escola. "Acreditamos que algo possa ter acontecido com eles entre o cume e o Campo Morena. Fizemos toda a coordenação com as equipes nacionais e entramos em contato com os familiares."

Eles pediam que o Ministério do Interior do Peru e que a presidente Dina Boluarte envie um helicóptero para ajudar nas buscas, reduzindo o tempo de percurso até o local, de 12 horas para 15 minutos.

"Temos pessoas habilitadas para o resgate, mas é preciso lembrar que é alta temporada e todos estão trabalhando", disse. Por volta das 16h (horário de Brasília), ele divulgou pelas redes sociais que um helicóptero foi enviado para auxiliar nas buscas.

Vandeira começou no montanhismo em 2008, aos 19 anos, quando também se interessou pela fotografia, particularmente pelas imagens de aventura e natureza.

Já participou de expedições à Antártida, onde ficou por cerca de três meses por ano, responsável pela segurança dos cientistas em campo e pela gestão da logística do acampamento.

Atualmente, é guia na escola peruana Ceam (Centro de Estudos de Alta Montanha) e da AGMP.

Em 2021, Vandeira foi finalista no concurso Wildlife Photographer of the Year, na categoria fotojornalismo por um trabalho sobre incêndios no Pantanal. Em 2022, participou da série "Andes Extremo" (History Channel).

Amigo de Vandeira, o também fotógrafo Izan Petterle conta que o conheceu em 2016, quando Edson o procurou se dizendo fã de seu trabalho. Eles chegaram a escalar as montanhas do país vizinho juntos. "Em 2020, quando teve aquele grande incêndio no Pantanal, ficamos praticamente um mês trabalhando."

"Ontem [terça-feira], uma amiga me mandou uma mensagem dizendo que ele tinha desaparecido na quinta-feira, foi assim que fiquei sabendo", diz.