Homem que matou esposa com água quente a sequestrou e torturou por uma semana, diz PC
Manaus/AM - A Polícia Civil prender Edinaldo Soares Lima, de 57 anos, suspeito de matar sua companheira, Francisca Roseli, de 43 anos, após lançar água fervente sobre o corpo dela. O crime ocorreu em 13 de julho deste ano, no bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus. A vítima, que era diabética e apresentava outras complicações de saúde, morreu 20 dias depois, em decorrência das graves queimaduras. A prisão, efetuada pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), aconteceu em via pública, no conjunto Riacho Doce, bairro Cidade Nova, zona Norte.
De acordo com a delegada Marília Campelo, titular do Núcleo de Feminicídios da DEHS, o ataque ocorreu após uma discussão do casal. O Instituto Médico Legal (IML) apontou como causas da morte choque séptico, sepse, infecção cutânea e queimaduras por agente físico. Edinaldo teve a prisão preventiva decretada e responderá por feminicídio, ficando à disposição da Justiça.
A delegada detalhou que a vítima vivia há mais de 20 anos com o agressor e sofria agressões recorrentes. "Francisca foi localizada em situação extrema no dia 13 de julho, após ser retirada de casa pelo companheiro cerca de uma semana antes. A filha do casal, de apenas 14 anos, foi deixada sozinha na residência, enquanto o suspeito levava a mulher para um local desconhecido, onde continuou a submetê-la a torturas físicas e psicológicas, praticadas pelo companheiro com quem vivia há mais de 20 anos”, afirmou Campelo.
A delegada relatou ainda que Francisca foi encontrada por duas irmãs em condições degradantes. “Ela estava em uma rede, sem conseguir andar, com deficiência visual, portadora de diabetes e outras doenças. Tinha queimaduras de terceiro grau no abdômen, lesões antigas, feridas da própria doença, muita fome e estava em um local extremamente sujo. Foi levada imediatamente ao hospital, onde ficou cerca de 12 dias lutando pela vida, mas faleceu no dia 2 de agosto", disse a delegada.
Fuga
Marília Campelo destacou que, após a vítima ser resgatada, o agressor fugiu e não manteve contato com a família. A prisão preventiva foi solicitada pela DEHS e cumprida nesta semana. “Foram meses de investigação. Infelizmente, essa mulher sofreu agressões durante todo o relacionamento. Os filhos foram se afastando com o tempo por não suportarem a situação, pois também eram maltratados. Na última semana de vida, ela foi levada para um local ignorado, para que os atos de tortura fossem intensificados sem que ninguém pudesse socorrê-la.”
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que reforça a importância de denúncias para prevenir e combater a violência contra mulheres.
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