Israel e Líbano enviam civis a comitê de cessar-fogo para ampliar negociações
JERUSALÉM/BEIRUTE, 3 Dez (Reuters) - Israel e Líbano enviaram civis para um comitê militar que monitora seu cessar-fogo, disseram autoridades dos dois países nesta quarta-feira, em um movimento que deve expandir o escopo das negociações entre os inimigos de longa data pela primeira vez.
A reunião foi um passo na direção da exigência dos Estados Unidos que os dois países ampliem as conversas além do monitoramento do cessar-fogo de 2024, em linha com a agenda do presidente norte-americano, Donald Trump, de acordos de paz em todo o Oriente Médio.
O movimento ocorre mesmo sob o temor de um novo conflito entre Israel e o poderoso grupo armado libanês Hezbollah.
O Líbano permanece oficialmente em estado de guerra com Israel e criminaliza os contatos com cidadãos israelenses. As reuniões entre autoridades civis dos dois lados têm sido extraordinariamente raras ao longo de sua conturbada história.
O presidente libanês Joseph Aoun afirmou nos últimos meses, no entanto, que está aberto a negociações para buscar uma trégua mais sólida e enviou pela primeira vez um civil nesta quarta-feira.
Israel disse que iria enviar um representante em uma tentativa de estabelecer um relacionamento e uma cooperação econômica com o Líbano.
Israel e o Líbano concordaram com um cessar-fogo mediado pelos EUA em 2024, que encerrou mais de um ano de combates entre Israel e o Hezbollah. Desde então, trocam acusações sobre violações.
Presidido pelos EUA, o comitê reuniu-se nesta quarta-feira por aproximadamente três horas na Linha Azul, que serve como fronteira entre o Líbano e Israel.
Desde que foi criado para monitorar a trégua de 2024, o comitê contou apenas com a presença de oficiais militares de Israel, Líbano, EUA e França, além de forças de paz das Nações Unidas.
O gabinete de Aoun disse que ele nomeou Simon Karam, ex-embaixador nos EUA, para chefiar a delegação do Líbano após os EUA dizerem a Beirute que Israel também havia concordado em "incluir um membro não militar" em sua delegação nas reuniões.
Uma declaração emitida após a conclusão da sessão disse que os participantes receberam bem os enviados adicionais como um "passo importante" para garantir que o comitê esteja "ancorado em um diálogo civil e militar duradouro".
(Reportagem de Alexander Cornwell, Maayan Lubell e Maya Gebeily)
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