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Casa Branca defende ataque dos EUA a embarcação da Venezuela como legítimo

Por Reuters

02/12/2025 6h58 — em
Mundo



Por Steve Holland e Jeff Mason

WASHINGTON, 2 Dez (Reuters) - A Casa Branca defendeu na segunda-feira decisão de um almirante dos EUA de realizar vários ataques a um suposto navio venezuelano de contrabando de drogas em setembro, dizendo que ele tinha a autorização do secretário de Defesa, Pete Hegseth, mesmo com críticos questionando a legalidade da ação.

O Washington Post informou que um segundo ataque foi ordenado para matar dois sobreviventes do ataque inicial e para cumprir uma ordem de Hegseth para que todos fossem mortos.

O presidente Donald Trump disse no domingo que não teria desejado um segundo ataque à embarcação e afirmou que Hegseth negou ter dado tal ordem.

Mas a porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt declarou na segunda-feira que Hegseth havia autorizado o almirante Frank Bradley a realizar os ataques em 2 de setembro.

"O secretário Hegseth autorizou o almirante Bradley a realizar esses ataques cinéticos. O almirante Bradley atuou plenamente dentro de sua autoridade e da lei que orienta a operação para garantir que o barco fosse destruído e a ameaça aos Estados Unidos da América fosse eliminada”, disse Leavitt.

Leavitt afirmou que o ataque foi realizado em "autodefesa" para proteger os interesses dos EUA, ocorreu em águas internacionais e estava de acordo com a lei de conflitos armados.

"Este governo designou esses narcoterroristas como organizações terroristas estrangeiras", disse Leavitt.

A partir de setembro, as Forças Armadas dos EUA realizaram pelo menos 19 ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e na costa do Pacífico da América Latina, matando pelo menos 76 pessoas.

Críticos têm questionado a legalidade dos ataques e parlamentares republicanos e democratas se comprometeram a investigá-los.

O direito humanitário internacional proíbe ataques a combatentes incapacitados. O Manual da Lei de Guerra do Departamento de Defesa afirma que os náufragos não podem ser atacados intencionalmente e devem receber cuidados médicos, a menos que ajam com hostilidade ou tentem fugir.

Laura Dickinson, professora de direito da Universidade George Washington, disse que a maioria dos especialistas em direito não acredita que os ataques a barcos se qualifiquem como conflito armado, portanto, a força letal só seria permitida como último recurso.

"Seria um assassinato fora de um conflito armado", declarou ela. Mesmo em uma guerra, a morte de sobreviventes "provavelmente seria um crime de guerra".

Um grupo de ex-advogados militares, o JAGs Working Group, chamou a ordem de "patentemente ilegal", dizendo que os militares têm o dever de desobedecê-la e que qualquer um que a cumpra deve ser processado por crimes de guerra.

No X, Hegseth defendeu Bradley, chamando-o de "herói norte-americano" e dizendo que ele tem seu "apoio total". Hegseth disse que apoia as decisões de combate de Bradley "na missão de 2 de setembro e em todas as outras desde então".

Trump discutiu na segunda-feira com importantes assessores a campanha de pressão contra a Venezuela, entre outros tópicos, disse uma autoridade sênior dos EUA.

OPÇÕES DOS EUA INCLUEM ESFORÇO PARA DESTITUIR MADURO

Trump sinalizou a possibilidade de uma intervenção militar dos EUA na Venezuela. No sábado, ele disse que o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela deveria ser considerado "fechado em sua totalidade", mas não deu mais detalhes, provocando ansiedade e confusão em Caracas.

Trump confirmou no domingo que havia conversado com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que os EUA consideram um líder ilegítimo, mas se recusou a fornecer detalhes da conversa.

O governo Trump está avaliando as opções para combater o que tem sido retratado como o papel de Maduro no fornecimento de drogas que matam norte-americanos. Maduro negou ter qualquer ligação com o comércio ilegal de drogas.

A Reuters informou que as opções que estão sendo consideradas pelos EUA incluem uma tentativa de derrubar Maduro e que as Forças Armadas dos EUA estão preparadas para uma nova fase de operações depois de um grande acúmulo militar no Caribe e quase três meses de ataques a barcos suspeitos de tráfico de drogas na costa da Venezuela. Trump também autorizou operações secretas da CIA no país.


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