A crescente pressão militar dos Estados Unidos no Caribe reacendeu especulações sobre uma possível fuga do ditador venezuelano Nicolás Maduro. Embora o chavista negue qualquer intenção de deixar o país e reafirme “lealdade absoluta” ao povo, Washington tem insistido para que o líder busque refúgio em outra nação — e leve seus familiares. O Departamento de Justiça dos EUA mantém uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão.

Especialistas em relações internacionais ouvidos pela CNN apontam que Maduro buscaria países onde haja proximidade ideológica ou baixo risco de extradição. Nesse contexto, o Brasil deixou de ser uma opção viável. A recusa do governo brasileiro em reconhecer o resultado das eleições venezuelanas, somada à possibilidade de prisão caso o Tribunal Penal Internacional emita mandado contra o chavista, afastam Brasília de qualquer cenário de acolhimento.

Segundo apuração da CNN, quatro países aparecem como destinos prováveis: Turquia, Irã, Rússia e Cuba. A Turquia mantém forte relação comercial com a Venezuela, incluindo compras de ouro, e é vista como menos suscetível a pressões externas — embora tenha tratado de extradição com os EUA. Já o Irã, aliado estratégico de Caracas e rival declarado de Washington, poderia usar o acolhimento de Maduro como demonstração de resistência à influência norte-americana.

A Rússia também surge como opção segura. Parceira militar e diplomática de longa data da Venezuela, Moscou já convive com sanções internacionais e possui estrutura estatal considerada robusta para garantir proteção ao líder e sua família. Outro potencial refúgio é Cuba, aliada histórica do chavismo e dependente de investimentos venezuelanos. No entanto, a proximidade geográfica com os Estados Unidos pode representar risco adicional para Maduro.

Diante do avanço das tensões geopolíticas e das manobras militares no Caribe, a possibilidade de fuga se tornou um dos principais pontos de análise no cenário internacional. Enquanto a Casa Branca pressiona por uma saída negociada, Maduro reforça o discurso de resistência, mantendo o mundo atento ao próximo passo do regime venezuelano.