O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (5) que Jair Bolsonaro não deve ser absolvido por sua participação na tentativa de golpe de Estado. Em entrevista a rádios mineiras, Lula criticou os pedidos de anistia antes do fim do processo e reforçou que a Justiça decidirá o destino dos investigados.

Lula destacou que os envolvidos, incluindo Bolsonaro, terão direito à defesa, mas argumentou que é inaceitável que aqueles que planejaram a morte de autoridades se considerem inocentes. "Eles que paguem pelas mazelas que fizeram", disse o presidente.

A oposição tem articulado um projeto de anistia para cancelar condenações dos envolvidos nos atos golpistas de janeiro de 2023. Além disso, há movimentações para alterar a Lei da Ficha Limpa, reduzindo a inelegibilidade de oito para dois anos, o que permitiria que Bolsonaro disputasse as eleições de 2026.

Atualmente, o ex-presidente está inelegível por oito anos devido a condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. Outros investigados na trama golpista incluem o general Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto e Alexandre Ramagem.

Lula enfatizou que o julgamento será democrático e que cabe à Justiça definir o futuro dos envolvidos. "Se a Justiça entender que ele pode concorrer, ele pode concorrer. E se for comigo, vai perder outra vez", concluiu o presidente.