O ex-comandante da Marinha, brigadeiro Almir Garnier Santos, afirmou à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal que o desfile de blindados realizado em 10 de agosto de 2021 não teve como objetivo exercer pressão sobre a Câmara dos Deputados que, na mesma data, analisava a proposta de emenda constitucional do voto impresso.

Segundo Garnier, a movimentação fazia parte de uma operação anual da Marinha realizada em Formosa (GO), cuja logística é planejada com meses de antecedência devido ao transporte dos veículos blindados a partir do Rio de Janeiro. "Quando assumi o comando em abril, sugeri que fizéssemos uma exibição pública dos blindados na Esplanada. A ideia era permitir que todos pudessem ver os veículos. Mas a escolha da data não teve relação com a votação no Congresso", explicou.

Ele acrescentou que, inicialmente, a análise da PEC ocorreria em uma comissão especial, mas o presidente da Câmara optou por levá-la ao plenário, coincidindo com o dia da operação. "Essa mudança foi feita com cinco dias de antecedência. A coincidência de datas, nesse caso, não foi intencional", afirmou o ex-comandante.

Almir Garnier é o terceiro dos oito acusados apontados como integrantes do chamado "núcleo central" da tentativa de golpe a prestar depoimento ao STF.