CPMI do INSS: Advogado Nelson Wilians recusa assinar termo de falar a verdade
O advogado Nelson Wilians está sendo ouvido na CPMI do INSS nesta quinta-feira (18), mas já iniciou de forma polêmica ao se recusar a assinar o termo de compromisso de dizer a verdade, o direito é amparado por habeas corpus concedido pelo STF.
Mesmo assim, ele negou qualquer relação com o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e afirmou que só tomou conhecimento do nome por meio da imprensa. Wilians admitiu conhecer Maurício Camisotti desde 2015, com quem mantém relação profissional e pessoal.
Camisotti é outro nome de peso dentro do esquema de fraudes no INSS. Ele é apontado pela Polícia Federal como um dos beneficiários finais das fraudes envolvendo associações que aplicavam descontos indevidos em aposentadorias.
Relatórios do Coaf mostram que o escritório de Wilians movimentou cerca de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas entre 2019 e 2024. Entre essas transações, está um pagamento de R$ 15 milhões a Camisotti, que o advogado afirma ser referente à compra de um terreno.
A Polícia Federal também identificou bens de luxo em endereços ligados a Wilians, como carros esportivos, relógios caros, obras de arte e dinheiro em espécie. Documentos apontam que veículos usados por Antunes estavam registrados em nome de empresas do advogado, o que reforça suspeitas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Mesmo sem ter sido denunciado formalmente, Wilians é considerado peça-chave na investigação. A CPMI segue apurando se ele deu suporte jurídico e financeiro ao esquema que desviou bilhões da Previdência Social.
ASSUNTOS: Brasil