Uma 'química 'com cheiro de golpe. Lula não é bobo
Nada combina. Lula e Trump são o verso e o reverso da moeda. Mas Trump encontrou Lula rapidamente e ousou abraçar o presidente brasileiro. Resultado - segundo Trump - surgiu "uma química excelente. Ele gostou de mim e eu gostei dele".
A linguagem é imprópria para um chefe de estado que abraça o outro, mas quem somos nós para fazer julgamentos sobre sintonia, afinidade, prazer?
Mesmo quando a gente se surpreende com o comportamento fora da curva de um homem que é especialista em criar cenas, em produzir manchetes, em iludir. Mas a paixão surge assim, inesperadamente...à primeira vista...
E o golpe também, que pode ser fatal.
Não confundir esse gesto de Trump como uma recuperação do bom senso e da busca do entendimento. Afinal, Lula falou poucas e boas contra Trump durante o seu discurso na ONU.
A pergunta que fica é: Trump teria ouvido? O cara estava nos bastidores durante a fala do presidente brasileiro e muito provavelmente não tenha prestado atenção no que Lula disse.
Trump anunciou um encontro para os próximos dias com Lula. Este, que não é bobo, está anunciando que pode conversar por telefone ou videoconferência. Um encontro na Casa Branca? Nem pensar.
Essa sensação de prazer e desejo que Trump pode ter sentido ao abraçar Lula só serve mesmo para Janja repensar a relação com o presidente.
Porque Lula sabe que pode ser uma armadilha para atrai-lo a um beijo mortal.
ASSUNTOS: Lula, onu, química, Trump
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.