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Trump e o sonho de reeditar o Império Romano para os americanos


Por Raimundo de Holanda

20/01/2025 16h40 — em
Bastidores da Política


  • Além das ambições preocupantes de Trump de impor o poder americano ( o resto do mundo que se exploda), vale citar uma frase de seu discurso de posse que diz muito sobre nossa realidade, nossa busca equivocada de igualdade, nossa tentativa de compensar etnias por erros do passado.
  • "Esta semana, também porei fim à política governamental de tentar incorporar socialmente a raça e o gênero em todos os aspectos da vida pública e privada". Agora a aposta é no mérito. O Brasil pode copiar, de olho no futuro..

Nada mais impróprio do que se preocupar com a posse do presidente de um país estrangeiro, mas quando se trata dos Estados Unidos e da ambição de domínio de Donald Trump, disposto a recompor a influência e o poderio  americano no mundo, numa reedição do Império Romano - que aliás foi sempre copiado pelos fundadores dos EUA ao longo de sua história, é para compreender que o sonho de um mundo melhor acabou.

Que as políticas afirmativas,  em todo o mundo,  sofrerão influência dos Estados Unidos e retrocederão; que o esforço ambiental para manter o planeta azul e habitável será esgotado. O petróleo voltará a ser o grande motor da indústria. 

O mundo, que Trump diz que começa melhor a partir de sua posse, viverá seu pior pesadelo, seja porque ele está determinado a expandir as fronteiras americanas - reafirmou que vai se apossar do Canal do Panamá - seja porque porá fim à política de gênero.  

"Forjaremos uma sociedade daltônica, baseada no mérito", disse ele.

Aqui, reside uma razão que deveria ser copiada pelo Brasil. E vai ser, na medida em que o País entender que o mundo paralelo em que vive não cabe nesse contexto. Que, como os EUA de Trump, o Brasil precisa apostar no mérito, no conhecimento, na exploração de  riquezas - que estão quase em sua totalidade em terras ocupadas por índios.

Além das ambições de Trump de impor o poder americano (o resto do mundo que se exploda),  vale citar uma frase de seu discurso de posse que diz muito sobre nossa realidade, nossa busca equivocada de igualdade, nossa tentativa de compensar etnias por erros do passado.

"Esta semana, também porei fim à política governamental de tentar incorporar socialmente a raça e o gênero em todos os aspectos da vida pública e privada". 

O mundo não gira, como muitos dizem. Nos próximos quatro anos será rebocado pelos Estados Unidos, para o bem  ou para o mal. 

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ASSUNTOS: políticas afirmativas, raça e gênero, Trump

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.