O fim da exigência do diploma de jornalista produziu a bagunça atual
No dia 17 de junho de 2009, o Supremo Tribunal Federal abriu uma larga avenida para que qualquer cidadão ostentasse o título de jornalista. Pela decisão da Suprema Corte, o diploma era um obstáculo à livre manifestação de ideias e um óbice à liberdade de expressão. Foi um erro, como tantos cometidos pelo STF.
O sinal para a invasão das redações de jornais e tevês por não profissionais e o início da desvalorização da profissão, não parou por aí.
O avanço da tecnologia, o aprimoramento da internet, a decadência do jornalismo impresso levou um grande número de profissionais a criar sites e blogues.
Em Manaus são cerca de 400, muitos dos quais verdadeiros caça-níqueis. Mas o que acontece a cada um deles, na medida em que são manipulados e se tornam instrumentos de ataques à honra de terceiros, produzem notícias falsas e violam leis de proteção a intimidade, atinge todo o resto e, mais que isso, reduz de um lado substancialmente a credibilidade, e de outro, como já dissemos neste espaço, alimenta os que defendem a censura às mídias sociais e à imprensa independente.
A liberdade de expressão é um bem maior, implica na liberdade individual do cidadão e resulta no que chamamos de democracia.
No Brasil destes tempos difíceis, de confusa relação entre os poderes, onde não se sabe ainda quem governa - se Lula ou os ministros da Suprema Corte - é bom não dar margem para mais censura, mais restrição da liberdade. Isso, em parte, depende de cada um de nós.
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ASSUNTOS: blogues, censura, Fake News, imprensa, Liberdade de Expressão, sites

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.