Hoje assisti a um vídeo de uma jornalista que admiro, pela sua tenacidade, inteligência  independência e coragem. Mas pela primeira vez discordei do que foi dito e liguei dizendo minha opinião. Mas ela é obstinada, obsessiva e teimosa.

No vídeo Paula faz insinuações de  envolvimento dos senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) no caso dos desvios do INSS, simplesmente porque um sindicato citado no escândalo manifestou apoio aos políticos no encontro em que o primeiro se lançou candidato ao governo, e o segundo à reeleição ao Senado.

A opinião manifestada pela jornalista foi equivocada e expôs dois senadores ao escárnio da opinião pública. 

Disse a ela que não havia três coisas nas quais poderia, se fosse o caso, fundamentar sua opinião: conexão, indícios de autoria ou provas. Que nada ligava os dois senadores aos fatos narrados. 

Não  fiz isso para defender os senadores, mas pelo respeito com a jornalista e pelo conhecimento dos  riscos que  esse tipo de imputação, sem provas representava para ela.

Nenhuma relação. Sequer há uma investigação envolvendo os dois senadores.

Disse isso a Paula, mas ela  não quis ouvir. Falei das implicações legais e do abalo na sua boa reputação como jornalista. Mas ela não  cedeu.

De Paula seus desafetos podem dizer tudo, menos que é manipulável ou serve a grupos de interesse. Mas é turrona, teimosa, obstinada, inflexível.

Estou nessa profissão há 40 anos. E produzir  informação nunca foi tão difícil num mundo em que a verdade ganhou novos conceitos e se tornou  escassa. 

Mas opinar reside não apenas em fatos, porque opinião é análise objetiva, é conceito e sua base é a síntese do que foi provado, julgado ou é exposto de forma transparente para avaliação da  sociedade. E de certezas sobre as quais não reside  a menor dúvida.
 
Os jornalistas erram e acertam. Mas o erro tem um preço, porque seu impacto na liberdade de opinião é imenso. Nossas falhas alimentam  os que defendem a censura, o controle das mídias sociais, o silêncio da sociedade.

Pode haver erro na avaliação, mas não a violação de princípios que norteiam a ética jornalística.

Violar esses princípios, ainda que de forma não intencional, atenta contra a liberdade de expressão.