Projeto de vereador embute preconceito e horror à arte
- O projeto que Roberto Sabino apresentou surgiu de seu preconceito com a arte, com a música e com um ritmo que vem das periferias - onde aliás reside a maioria de seus eleitores.
Como é impossível censurar o funk, despir o rítmo musical de seu erotismo natural - "Segura a prexeca que a galera tá na beca" - como no "Proibidão" de MC Fox, então o vereador Roberto Sabino, do Republicanos (AM), se julga no direito de propor leis draconianas para impedir que o dinheiro destinado à cultura chegue a esses artistas.
Ao tentar emplacar projeto que proíbe o repasse de verbas públicas para o que ele - homem honesto, fiel esposo, ótimo pai, um exemplo de cidadão chama de "filtro para os bons costumes" - Sabino atenta contra a liberdade de expressão e invade uma área que não conhece - a arte e suas diversas formas de transmissão - no caso a música.
Na função de advogado da moral fracassa , como político e como defensor dos bons costumes, na medida em que não procurou ouvir seus eleitores para entender o que eles pensam.
O projeto que apresentou surgiu de seu preconceito com a arte, com a música e com um ritmo que vem das periferias - onde aliás reside a maioria de seus eleitores.
ASSUNTOS: arte, censura, cmm, Fernando Sabino, Funk, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.