O 'homem bomba' liberado em audiência de custódia e o preço que a sociedade pode ter que pagar
A apreensão de duas metralhadoras Browning m1919 em mãos de um militar da PM em Manaus é um fato gravíssimo. A arma é de uso restrito das Forças Armadas, "derruba aeronaves, dispara 200 tiros por minuto e alcança até 3 mil metros". Mas para além do seu poder de fogo, é preciso investigar como esse armamento foi parar nas mãos do militar e sua possível ligação com o Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital(PCC), agora em guerra declarada.
É surpreendente que o militar, levado à audiência de custódia, tenha sido imediatamente liberado. O caso, excepcional, por envolver risco à segurança coletiva e interesse público, exigia do magistrado bom senso.
Libertar um homem possivelmente ligado ao tráfico de armas, com grande potencial destrutivo, é não avaliar o risco coletivo envolvido.
O preso precisava ser ouvido com cautela, permitindo que as autoridades o inquerissem de forma a identificar os grupos envolvidos e a possível utilização das metralhadores em atentados.
Mas esse pode ser um caso perdido diante da possibilidade de fuga do militar. Resta perguntar se o magistrado que determinou a liberdade do traficante de armas viu ilegalidade na prisão. Se houve, qual?
É preciso explicar, porque há um risco coletivo que ainda não foi avaliado, além de fuga do acusado.
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ASSUNTOS: #Amazonas, CV, Manaus, PCC
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.