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Sobre a falta de lucidez de Bolsonaro


Por Raimundo de Holanda

23/11/2025 8h38 — em
Bastidores da Política


  • A forma como Bolsonaro "violou a tornozeleira" é bizarra, esquisita. Não tentou romper a braçadeira, como seria o esperado. E a confissão de que utilizou um maçarico apenas reforça a hipótese de que perdeu a lucidez.
  • Para quem supostamente pensava fugir, esse comportamento denota desequilíbrio. Em termos comparativos, é mais ou menos como quem fecha a porta da casa e abre a da geladeira em busca de uma fuga imaginada.

O vídeo no qual Bolsonaro admite que  tacou "ferro quente na tornozeleira eletrônica" calou a oposição. Mas se reforçou a imagem do ministro Alexandre de Moraes  como xerife de um País imerso na maior confusão política de sua história, deixou no ar a suspeita de que, para além de uma alegada tentativa de fuga, Bolsonaro está com a saúde mental comprometida e precisa ser avaliado.

A organização criminosa que supostamente engendrou a fuga de  Bolsonaro, segundo o ministro Alexandre de Moraes, começando pela convocação de uma  manifestação em frente ao condomínio onde o ex-presidente reside, culminando com a violação da tornozeleira, não é mais nocivo do que outros grupos de fato criminosos, como o que assaltou os segurados do INSS, levou os Correios à falência, ou que estava à frente ou por trás dos prejuízos causados aos corretores do Banco Master. Esses últimos, exceto os donos do banco, parecem intocáveis, pois envolve gente graúda financiada em seus convescotes  pelo banco.

Esses criminosos também violam o estado de direito, ameaçam a democracia e são nocivos ao País. Precisam ser desmascarados pelo homem que tomou para si o monopólio da "coerção legítima" no Brasil. 

Afinal, Moraes alega que age em nome da Constituição e do Estado de Direito. Ou não teria entrado pela porta da frente para investigar a operação do governo do Rio, no Complexo do Alemão e Penha, e as mortes dali derivadas, numa clara intervenção na segurança pública carioca.

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ASSUNTOS: Alexandre de Moraes, Bolsonaro, fuga do presidente, rompimento de tornozeleira

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.