A presidente Dilma conta com alguns votos de senadores sobre os quais tem a mais absoluta confiança. Um deles é o de Sandra Braga, mulher do ministro Eduardo Braga. O voto de Sandra, ainda que possa ser alvo de críticas pelos que defendem o impeachment, será o voto da coerência.   

Eduardo Braga tem uma história de  amizade com o ex-presidente Lula, foi líder do governo Dilma no Senado e se rebelou contra a decisão de seu partido, o PMDB,  de deixar o governo. 

Não trairia a presidente num momento  crucial. Se não pode votar contra o impeachment, porque permanece no governo, incentivará sua mulher a fazê-lo. E mesmo que resolva deixar o   Ministério antes de o  processo de impeachment ir a votação no Senado, como afirmam alguns assessores, sabe que não  seria  coerente votar pelo afastamento da presidente.

Em tempos de revisão da história, inclusive na TV, com a séria “Liberdade, Liberdade”, Braga não vai  comprometer  a  sua biografia traindo uma presidente que ele sempre defendeu.

PARTIDO DE OMAR VOTA PELO IMPEACHMENT

O PSD de Gilberto Kassab e do senador Omar Aziz praticamente enterrou ontem a esperança de vitória da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment na Câmara dos Deputados. A comunicação de Kassab, principal aliado de Dilma no segundo mandato, feita ontem da retirada do partido da base para votar a favor do impeachment, foi como uma pá de cal nas articulações do governo para reverter o quadro. No fim de semana, o senador Omar já havia anunciado que estava a favor do impeachment e que o partido deveria tomar esse rumo.

MANAUS AMBIENTAL GANHA PRESENTE, MAS NÃO LEVA

Um pedido de vistas do deputado Luiz Castro tirou da pauta de votação de ontem o projeto de lei do governo que concede renúncia fiscal no valor de R$ 31 milhões à concessionária de águas Manaus Ambiental. Castro questionou que a renúncia é muito grande e que o projeto não foi bem explicado. Antes, Serafim Correa afirmara que o governo não pode isentar totalmente a cobrança do ICMS, no caso os 25% incidentes no custo da energia usada pela concessionária, porque 25% da arrecadação do imposto pertence aos municípios. O líder do governo David Almeida vai levar o secretário da Sefaz, Afonso Lobo para nova rodada de explicações aos deputados.

COTÃO DO CEAP

A Assembleia Legislativa aguarda ainda para esta semana a comunicação oficial do TJAM sobre a decisão de suspender o uso do “Cotão” da CEAP para despesas com viagens de assessores dos deputados. A ação foi ingressada pelo MPE contra uma resolução legislativa de 2009 que autoriza o processo. Mas o presidente Josué Neto disse ontem no plenário que os deputados não estão fazendo uso do recurso, uma vez que os assessores recebem diárias quando viaja