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A revolta do coronel Vinícius e o CPP


Por Raimundo de Holanda

11/02/2025 20h06 — em
Bastidores da Política


  • Leis mais duras - como sugere Vinícius - passam a ilusão de que se resolveu uma questão vital, mas não atacam o núcleo das organizações criminosas, nem seus tentáculos, que se espalharam pelo estado brasileiro.

É compreensível a revolta do secretário de Segurança, Coronel Vinícius, com o fato de os presos durante as comemorações do crime organizado, na noite de ontem em Manaus, terem sido colocados em liberdade imediatamente pela Justiça.

Mas erra ao defender o endurecimento da legislação para resolver o problema. Além de medida como a sugerida pelo secretário hipertrofiar o Código Penal, já excessivamente  duro e entulhado de restrições legais,  seu resultado é pífio. 

Leis mais duras - como sugere Vinícius - passam a ilusão de que se resolveu uma questão vital, mas não atacam o núcleo das organizações criminosas, nem seus tentáculos, que se espalharam pelo estado brasileiro.

Tem razão o secretário ao afirmar que o problema provocado pelo tráfico e seus comandos é uma ferida nacional, que precisa ser cicatrizada. Mas não basta uma polícia ativa - como aliás, sejamos justos,  tem sido a atuação dos órgãos que Vinícius comanda no estado do Amazonas. 

É preciso, antes, uma política voltada para a  inteligência, que identifique os líderes, o nível de infiltração nos poderes do estado brasileiro, para chegar aos comandantes - estes sim, engravatados que circulam nos centros de poder e que permanecem anônimos e intocáveis. 

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ASSUNTOS: Amazonas, Coronel Vinícius CPP, CV, Manaus, Tráfico

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.