Privatização da água em Manaus foi um negócio entre amigos
- É hora de um basta - 30 anos de exploração dos manauaras por uma empresa sabidamente incapaz é uma ferida que só pode ser cicatrizada com o rompimento do contrato de concessão. Mas para isso é preciso coragem para expor o lado podre da privatização da Cosama para o grupo Suez e a prisão de seus autores, ainda vivos
Passou da hora de a Prefeitura de Manaus intervir no setor de saneamento e abrir procedimentos para a realização de processo licitatório com empresas idôneas e capacitadas para gerir a distribuição de água em Manaus.
Se a própria Agemam - Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados - admite que os "esforços" dispendidos (?) pela atual concessionaria não têm sido suficientes para evitar o rompimento de adutoras e o colapso no fornecimento de água, então não há razões para manter um contrato cheio de vícios, no qual o processo de privatização foi mais uma relação entre amigos, onde o dinheiro público escorreu escandalosamente pelo ralo.
E não parou de penalizar o contribuinte. A privatização do saneamento, que envolve esgoto e distribuição de água em Manaus é mais uma parceria público-privada, na qual os governos têm feito ao longo dos anos investimentos milionários, direta ou indiretamente numa atividade essencial, assumindo uma responsabilidade que é, ao menos está no contrato de concessão, da companhia
A Águas de Manaus não passa de mera administradora - muito mal, que se diga, de um serviço fundamental e pelo qual o manauara paga uma das tarifas mais alta do país.
É hora de um basta - 30 anos de exploração dos manauaras é uma ferida que só pode ser cicatrizada com o rompimento do contrato de concessão. Mas para isso é preciso coragem para expor o lado podre da privatização da Cosama para o grupo Suez e a prisão de seus autores, ainda vivos.
A Águas de Manaus é parte desse processo degenerativo da política do Amazonas no gerenciamento dos interesses dos seus cidadãos.
ASSUNTOS: Águas de Manaus, Amazonas, Cosama, privatização, saneamento
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.