País dividido, futuro incerto
Quando a gente analisa uma pesquisa na qual 54 por cento dos entrevistados aprovam a condenação de Bolsonaro, é difícil não deixar de questionar a lisura desse tipo de avaliação. Não porque sejamos bolsonaristas, mas porque lidamos com o humor das pessoas diariamente.
Na feira, a discussão é outra. O peixeiro pergunta logo de cara se concordamos com a condenação do ex-presidente pelo STF. Um sim, pode ser fatal. Um não, um desconto no preço do pacu.
Não dá para discutir com ninguém numa situação de polarização. A gente sabe que o Brasil chegou a esse ponto porque os mecanismos existentes, de defesa da democracia, foram acionados tarde demais ou falharam.
A mistura de religião e política adicionou um veneno fatal as instituições e o resultado é o que está aí. Na prática, ninguém defende a democracia, mas pontos de vista, interesses pessoais, ambições políticas.
É ingênuo pensar que o extremismo foi derrotado com a condenação de Bolsonaro e que agora uma nova elite, mais comprometida com os interesses do país surgirá com as eleições do ano que vem.
No horizonte aparecem sinais de tempos sombrios. O futuro, sempre incerto, agora é uma grande interrogação. A questão é qual o nosso papel: de atores capazes de conciliar ou estimuladores de divisões e ódio. E você, qual o função que lhe cabe no futuro do país?
ASSUNTOS: Bolsonaro, Brasil, condenação de bolsonaro, exrtremismo, STF
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.