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O vírus que faz a cabeça de Bolsonaro


Por Raimundo de Holanda

24/03/2020 21h29 — em
Bastidores da Política


  • O coronavirus não é uma doença de velhos. É uma doença do mundo e afeta a todos de alguma maneira, uns mais, outros menos.

Ao contrário do que disse o presidente Bolsonaro, em pronunciamento de rádio e TV nesta terça-feira, o  vírus da Covid-19 não vai passar. Como o Influenza e a nova influenza A (H1N1), conhecido como gripe suína, veio para ficar. Bolsonaro não se comporta como presidente de um País que precisa estar preparado para o pico de uma doença que tem seu ciclo de alta. Provavelmente no final de maio, teremos, segundo especialistas, um quadro desolador. 

O coronavírus tinha infectado até esta terça-feira pouco mais de 2.200 pessoas, com 47 mortes. Ano passado a infecção por H1N1 atingiu 3.430 brasileiros  e matou 796. Oa dados são do Ministério da Saúde e Bolsonaro deveria conhecê-los.  A diferença é que o coronavírus é um super-vírus, ainda sem controle.

O erro de Bolsonaro talvez seja estimulado pela divulgação de que apenas os idosos morrem. Está comprovado que um grande número de jovens infectados na Ásia e na Europa tiveram os pulmões comprometidos.  Por isso a quarentena em quase todo o mundo - a quarentena que Bolsonaro quer  eliminar no Brasil.

O coronavirus não é uma doença de velhos. É uma doença do mundo e afeta a todos de alguma maneira,  uns mais, outros menos.

Bolsonaro tem razão quando fala na paralisia da atividade econômica. É um quadro amargo que vai produzir desemprego e aumentar os níveis de pobreza após a quarentena.  Mas a quarentena é necessária. Funciona como um remédio amargo que tem sido eficaz no combate a  proliferação do vírus. Bolsonaro precisa entender isso e deixar de confundir os brasileiros.

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ASSUNTOS: bolsonaroo, Brasil, COVID-19, infectados, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.