O tráfico e os militares da FAB presos
- Nada é novo. Se o crime organizado criou raízes e se expandiu no País é porque o estado brasileiro é leniente com a corrupção.
- Nem se apossaria de bairros inteiros nas grandes cidades se o poder público não fosse conivente.
A operação que prendeu três militares da Força Aérea nesta quinta-feira, no Amazonas, por envolvimento com o tráfico de drogas, revela por si mesma o nível de infiltração do crime organizado no Estado brasileiro.
Já passa dos 650 o número de militares da FAB, Exército e Marinha, flagrados traficando droga nos últimos seis anos, a maioria deles condenada pelo Superior Tribunal Militar.
A ousadia é tamanha que em 2019 um sargento da Força Aérea, que fazia a segurança da equipe do ex-presidente Bolsonaro, que viajava para o encontro do Grupo das 20 maiores economias, o G20,no Japão, com escala na Espanha, foi preso no aeroporto daquele país portando uma mala com 376 quilos de cocaína.
Portanto, nada é novo. Nem quando se afirma que o crime organizado criou raízes e se expandiu no País porque o Estado brasileiro é leniente com a corrupção. Nem se apossaria de bairros inteiros nas grandes cidades se o poder público não fosse conivente ou omisso.
ASSUNTOS: Amazonas, FORÇA AÉREA, Manaus, Tráfico de drogas
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.