O agressor é a vítima da vez
É difícil não ouvir comentários sobre o que a TV mostra. E não se resume apenas a novelas e fofocas envolvendo celebridades. A guerra Irã X Israel está na ordem do dia. Mas a torcida é por Israel. O que ninguém comenta, por omissão da própria mídia profissional, é que Israel é o pivô desse conflito.
Ninguém diz, por exemplo, que foi um ato de terrorismo o regime de Tel Aviv matar seletivamente líderes do Irã.
Não importa aqui se o regime iraniano não respeita direitos humanos ou busca se equiparar aos israelenses na fabricação de um artefato nuclear. Importa que é um país, agora atacado impunemente. Se revida, é um ato blindado por absoluta legitimidade.
Quando o governo de Israel diz que é preciso eliminar Ali Khamenei, líder iraniano, planeja um crime. E a mídia divulga isso como se fosse muito natural.
Mas é bom não confundir esse governo autoritário e sanguinário de Benjamin Netanyahu com o povo judeu.
Como já disse aqui neste espaço, os judeus são um povo que quer viver em paz.
A contribuição que deram á cultura e ao desenvolvimento científico da humanidade foi (e continua sendo) imenso. Por trás de cada descoberta científica ou avanço tecnológico, sempre há um judeu.
Nenhum povo pode responder por atos de um governo autoritário e que suja continuamente as mãos de sangue.
ASSUNTOS: Ali Khamenei, Benjamin Netanyahu, guerra, Irã, Israel
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.