Manaus, a tragédia de sempre, a cada chuva
A prefeitura vai ter que investir muito dinheiro em novas galerias, em asfaltamento, em drenagem. Dinheiro que é escasso ou inexistente.
As fortes chuvas das últimas semanas provocaram alagações e minaram parte da massa asfáltica em ruas e avenidas de Manaus. Os prejuízos são incalculáveis.
As alagações não se resumiram a bairros localizados em áreas de igarapés.
A chuva deste domingo foi forte e revelou que a cidade precisa de um serviço de drenagem severa, que na verdade poderia estar sendo feito em parceria com a Águas de Manaus, porque reter e tratar a água pluvial é uma atividade ligada ao saneamento.
O contrato de concessão permitiu que a empresa usufruísse de uma parte do sistema, no qual se limita a enterrar canos supostamente para o esgotamento sanitário, isso em uma cidade onde a impermeabilização do solo é intensa, o que eleva os níveis de inundação, além de comprometer a durabilidade do material utilizado para o serviço de tratamento de esgoto.
Evidentemente que cabe à prefeitura construir galerias, aumentando a capacidade de drenagem, mas essa é uma atividade que requer uma ação da qual a Águas de Manaus deve participar de forma direta, sem que o contribuinte, já achacado com tarifas elevadas, assuma mais um ônus.
Rever o contrato de concessão com a empresa é uma necessidade premente e deve mobilizar especialmente a Câmara Municipal.
O momento é decisivo. E de ação. Os vereadores não podem ficar passivos.
A administração da cidade em parte depende de leis, de revisão e acordos e o contrato de concessão com a Águas de Manaus deveria ser uma de suas prioridades.
A prefeitura vai ter que investir muito dinheiro em novas galerias, em asfaltamento, em drenagem. Dinheiro que é escasso ou inexistente.
ASSUNTOS: Águas de Manaus, chuvas, inundações, prefeitura de Manaus, Saneamento básico

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.