O pedido de exclusão {da Comissão Especial que analisa o pedido de impeachment do governador Wilson Lima} de parlamentares citados em lista apreendida pela PF, contendo indícios de suposto ilícito,  é uma intromissão indevida do Sindicato dos Médicos em assunto interno da Assembleia Legislativa.  Não há previsão no Regimento da Aleam   para casos semelhantes.  Mas a reação da presidente da Comissão, Alessandra Campelo, defendendo os deputados e ameaçando o autor do  pedido com possível processo  “pelas ofensas, calúnia, injúria, difamação e acusações infundadas”, foi desproporcional.

Primeiro,  porque a deputada precisa entender que, como presidente da Comissão Especial, assumiu, ao menos em tese, o papel de magistrada.

Segundo, não  foi escolhida presidente para defender interesses do investigado, nem de seus pares, mas a verdade que lá na frente servirá como argumento final para inocentar ou condenar o governador.

Encaminhar o pedido, sem alardes, para a Procuradoria da Casa se pronunciar, era o bastante.

Mas, independentemente da intervenção indevida do Sindicato na Comissão Processante, é bom lembrar que a lista existe e que joga uma cortina de suspeita sobre esses parlamentares.

O que a sociedade esperava- e isso eles não fizeram - era que se recusassem a participar da comissão. Terminaram expostos por puro capricho, servidão ao governador ou inexperiência política.

Passaram a impressão de que guardam um pecado e apostam no esquecimento - impossível  nestes tempos de comunicação veloz e internet nas nuvens. Vão pagar um preço muito alto pelo erro.